Oficinas mecânicas em partes do Rio Grande do Sul estão sobrecarregadas com a alta demanda por consertos de veículos danificados pelas enchentes históricas em abril e maio.
Estima-se que cerca de 200 mil veículos foram afetados pela catástrofe ambiental. Com a alta procura por reparos, o tempo médio para a realização dos serviços ficou mais longo nas oficinas, segundo o Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos e Acessórios no Estado do Rio Grande do Sul (Sindirepa-RS).
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente do Sindirepa-RS, Paulo Paim, afirma que um carro com necessidade de funilaria, que antes levava 15 dias para ser liberado, agora pode demorar até 60 dias.
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“É muita demanda”, disse Paim. “As oficinas estão com 60, 70 carros no pátio para arrumar. O tempo maior não é o de serviço. É o de espera no pátio.”
Oficinas permanecem fechadas no Rio Grande do Sul
Além da busca intensa por consertos, muitas oficinas permanecem fechadas depois das inundações, o que contribui para o aumento do prazo de espera.
Porto Alegre e municípios da região metropolitana estão entre os mais atingidos, com cerca de 2,6 mil oficinas afetadas e 750 ainda fora de operação, conforme dados do Sindirepa-RS.
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A dificuldade em encontrar mão de obra qualificada é outro desafio histórico no setor.
“Essa falta de mão de obra é histórica e é fruto de um erro nosso, de não difundir, por exemplo, informações sobre quanto ganha um mecânico”, explicou Paim à reportagem.
A remuneração para um trabalhador qualificado pode variar de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil, chegando a R$ 6 mil ao longo da carreira. “Se hoje tivéssemos mais 2 mil pessoas qualificadas para trabalhar, elas teriam emprego”, acrescentou.
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Concessionárias de veículos no Estado também sofreram com as enchentes, o que projeta prejuízos bilionários devido à destruição de carros e infraestrutura.
Depois da catástrofe, empresas de diferentes setores começaram a se mudar para áreas mais seguras, longe dos rios, visando à retomada segura das operações.