Zona do Euro registra contração de 3,8% no primeiro trimestre
A economia da Zona do Euro registrou contração de 3,8% no primeiro trimestre de 2020, quando foram adotadas medidas para conter o avanço do novo coronavírus.
O retrocesso trimestral mais expressivo da série histórica foi anunciado nesta quinta-feira, 30, pela Eurostat (agência europeia de estatísticas).
A França projeta uma contração de 5,8% do PIB trimestral, a maior na série histórica que começou em 1949.
Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (INSEE) a queda supera, e muito, as baixas trimestrais pós crise de 2008 e, greves de maio de 1968.
O resultado está principalmente relacionado “com a paralisação das atividades não essenciais, no contexto da implementação do confinamento desde meados de março”, explica o INSEE em um comunicado.
O Instituto não publicou previsões para o conjunto de 2020, mas afirmou que cada mês de confinamento reduziria o crescimento francês em três pontos em ritmo anual e que a recuperação “vai demorar” após o confinamento, que deve ser flexibilizado a partir de maio.
O governo francês prevê uma queda do PIB de 8% para este ano, como destaca a agência France-Presse.
O Instituto Nacional de Estatísticas da Espanha (INE) estiva queda de 5,2% no primeiro trimestre. No quarto trimestre de 2019, o país cresceu 0,4%.
O INE destacou em um comunicado que a estimativa provisória pode passar por uma revisão “de una magnitude maior que a habitual” pela dificuldade de elaborar estatísticas precisas em meio ao rígido confinamento da população, em vigor desde 14 de março.
O Banco da Espanha prevê para 2020 uma queda “sem precedentes na história recente”, com uma contração de entre 6,6% e 13,6% da quarta maior economia da Eurozona.
Na Itália, país europeu mais afetado pelo novo coronavírus, o retrocesso do PIB foi de 4,7% em comparação com o trimestre anterior, segundos os primeiros dados provisórios.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (Istat), o PIB italiano retrocedeu 4,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A epidemia afetou regiões que representam o pulmão econômico da península, Lombardia, Veneto e Emilia-Romana.
A terceira maior economia da Eurozona enfrentará uma severa recessão este ano, com uma queda do PIB de 8%, de acordo com o governo. Mas se a pandemia persistir, a contração pode atingir 10,4%, destacou o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte.
Já a Alemanha divulgou estimativa de um recuou de 6,3% no PIB para este ano.
O Fundo Monetário Internacional projetou em suas últimas previsões uma contração de 7,5% do PIB em 2020 para o conjunto dos 19 países da zona do euro em consequência do coronavírus. A instituição não descarta a possibilidade de um impacto ainda maior.