Pelo terceiro mês consecutivo, a caderneta de poupança registrou um saldo negativo. Em setembro, as retiradas foram R$ 5,8 bilhões superiores aos depósitos, segundo informou o Banco Central nesta sexta-feira 6.
No mês anterior, a saída líquida da poupança foi de R$ 10 bilhões. Em setembro de 2022, o saldo ficou negativo em R$ 5,9 bilhões.
Os dados são do Relatório de Poupança, que apresenta informações diárias dos depósitos nessa modalidade de investimento, e de outras informações sobre o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), poupança rural, captação líquida, entre outros.
Em setembro, as aplicações na poupança foram de R$ 306,1 bilhões. Já os saques somaram R$ 311,9 bilhões. Se considerar o rendimento de R$ 6,1 bilhões, o saldo total da caderneta alcançou R$ 968,3 bilhões no fim do mês.
Mais saques e menos depósitos
A poupança teve resgate líquido de recursos em todos os meses de 2023, com exceção de junho, quando apresentou resultado positivo, com R$ 2,6 bilhões.
No período, os depósitos chegaram a R$ 331,8 bilhões e os saques totalizaram R$ 329,2 bilhões. O pequeno saldo não foi suficiente para reverter as perdas dos meses anteriores.
No primeiro semestre, a caderneta teve um resultado negativo de R$ 66,6 bilhões, o maior rombo para o período desde 1995, ano de início da série histórica do indicador do Banco Central.
Acumulado negativo da poupança
De janeiro a setembro, o saque acumulado da poupança neste ano foi de R$ 86,1 bilhões.
Desde 2021, as aplicações na caderneta vêm perdendo recursos, devido à inflação elevada, pelo endividamento das famílias e pelos juros elevados.
Em 2022, o saldo ficou negativo em R$ 103,2 bilhões, o pior resultado anual da história da poupança.
Com a taxa Selic a 12,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que atualmente está em 0,11% ao mês (1,33% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).
Quando esta grana acabar, quero ver alguém consertar…