Dados divulgados nesta sexta-feira, 10, pela Economatica mostraram que a rentabilidade da poupança completou 15 meses consecutivos de perdas, no acumulado de 12 meses, descontada a inflação.
Com a inflação acumulada de 10,74%, no período de 12 meses até novembro a rentabilidade real da caderneta de poupança foi negativa em 7,35%.
Embora ainda ruim, o desempenho é um pouco melhor do que o registrado em outubro (-7,59%). Na época, foi o pior rendimento da modalidade desde outubro de 1991 (-9,72%).
Novo cálculo para a poupança
Depois da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros (Selic) de 7,75% para 9,25% ao ano, o cálculo do rendimento da caderneta de poupança mudou. A rentabilidade voltou para a regra antiga.
A partir deste mês, a rentabilidade da poupança passa a ser de 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR), o que equivale a 6,17% ao ano. Até então, com a Selic a 7,75%, o retorno estava em 0,44% ao mês e 5,43% ao ano.
A poupança é remunerada pela TR mais 70% da Selic. A regra de remuneração vale sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Quando estiver acima desse patamar — como no caso atual —, a poupança passa a ser atualizada pela TR e mais a taxa fixa de 0,5% ao mês.
Saque recorde
No início da semana, o Banco Central (BC) anunciou que os saques superaram os depósitos na caderneta de poupança pelo quarto mês consecutivo em novembro.
De acordo com os dados, no mês passado houve uma saída líquida de R$ 12,4 bilhões — é o maior resgate para o mês de toda a série histórica do levantamento, iniciada em 1995.