O preço internacional do ouro subiu para o seu nível mais alto em seis meses nesta segunda-feira, 27. A impulsão se explica pelo aumento das expectativas entre os investidores internacionais de que o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos (EUA), encerrou o ciclo de elevação das taxas de juros e um dólar mais fraco no cenário global.
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Os preços do ouro subiram 0,6%, atingindo US$ 2.014 por onça troy, medida inglesa utilizada na pesagem de ouro, o nível mais alto desde maio. A ascensão foi sustentada com a queda do dólar. Com isso, comprar o metal é mais barato para os investidores que possuem outras moedas estrangeiras.
Dados econômicos de baixo desempenho nos EUA também aumentaram as especulações de que as taxas de juros não vão mais subir neste ano — e que vão diminuir em 2024.
A estrategista de commodities do banco holandês ING Ewa Manthey disse que “a perspectiva de taxas nos EUA é o principal impulsionador do ouro”. “Taxas mais baixas são tipicamente construtivas para o ouro, porque ele não gera nenhum juro.”
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Manthey acrescentou que uma escalada na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas contribui para o aumento dos preços, já que o ouro é frequentemente visto como um ativo de refúgio. “Embora o risco do conflito no Oriente Médio pareça estar contido, pelo menos por enquanto, isso continuará sendo favorável para o preço do ouro”, disse a estrategista.
Analistas acreditam que o ouro pode testar sua máxima histórica
Analistas afirmaram que o metal precioso poderia testar sua máxima histórica, atualmente em US$ 2.075 por onça, até o fim deste ano. O pico aconteceu em agosto de 2020, quando a pandemia pressionou o dólar e fez investidores destinarem seus investimentos a ativos com menos risco.
O banco holandês ING prevê que máximas históricas devem acontecer em 2024. A expectativa é de uma média de US$ 2,1 mil por onça no quarto trimestre do ano que vem.
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Os bancos centrais ao redor do mundo continuam impulsionando a demanda, sendo que houve um recorde com a compra de 1.136 toneladas de ouro em 2022 e 800 toneladas nos primeiros três trimestres de 2023, segundo dados do Conselho Mundial do Ouro.
O Banco Popular da China liderou as compras neste ano ao fazer a aquisição de 181 toneladas. A Polônia segue em segundo, com 57 toneladas.