“O BB concorre com os outros bancos com bolas de chumbo amarradas aos pés”, afirmou Rubem Novaes; venda de estatais somou R$ 96 bilhões em 2019
O presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, defendeu ontem em audiência pública no Congresso que é a favor de privatizar a instituição. “As pessoas imaginam que o Banco do Brasil seria comprado por um grande banco estrangeiro, ou por um Itaú”, disse. “Não é nada disso”.
Segundo ele, 50% das ações do BB já pertencem à iniciativa privada. Portanto, para desestatiza-lo, faltaria apenas vender mais ações. “O governo continuará com uma participação grande. É só vender mais um pouco. Fazer do BB uma corporation”, garante Novaes.
Caso essa possibilidade venha a se concretizar, o presidente nega que a agricultura, um setor apoiado pelo banco, vá ser abandonada. “É um ativo importantíssimo do Banco do Brasil”, afirmou.
Até setembro do ano passado, o governo Bolsonaro conseguiu arrecadar quase R$ 100 bilhões com a venda de ativos da União. O valor alcançou a meta estipulada para 2019.
Preparação para o futuro
Aumentar a participação privada no banco daria a ele agilidade para competir no mercado. Hoje, o processo de tomada de decisão é muito burocrático. Em síntese, o BB tem de se submeter a órgãos de controle e demais instâncias do governo, como ministérios.
Portanto, o modelo é um entrave aos negócios. Além disso, vigora na empresa uma política de recursos humanos sob grilhões. “As decisões são todas demoradas, têm que passar por Tribunal de Contas da União, Sest, Secom, CGU e similares”, observa.
Leia mais: O custo da ineficiência, reportagem publicada na edição n° 2 de Oeste
O presidente defende que a privatização vai preparar o banco para o futuro, sobretudo com o advento do open banking (nesse formato, o cliente pode levar suas informações bancárias para onde quiser. Ex: Usar o histórico para pedir um empréstimo noutra instituição, por exemplo).
“A minha dúvida é se, com as amarras que nós temos do setor público, vamos ter velocidade que nos permita uma adaptação a esse novo mundo”, pontuou Novaes. “Hoje, o Banco do Brasil concorre com os outros bancos com bolas de chumbo amarradas aos pés”.
Por mim,privatiza tudo!
Sou favorável à privatização de mais estatais, além do banco do Brasil . Menos estado.