No mês de julho, a prévia para a variação da inflação fechou negativa em 0,07%. A projeção é feita por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), elaborado pelo Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística.
O órgão divulgou a prévia para a inflação de julho nesta terça-feira, 25. O resultado superou as expectativas do mercado e aponta para uma variação dentro da meta em 2023, de acordo com Reginaldo Nogueira, ph.D. em economia e diretor sênior do Ibmec.
Segundo o especialista, o resultado mostra que o Banco Central (BC) está no caminho certo. A instituição está sob o comando de Roberto Campos Neto, que chegou ao cargo por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O resultado da inflação glorifica o trabalho irretocável do BC”, afirmou. “Não existe dúvida que sem o aumento dos juros não teríamos o cenário atual.”
Inflação e os juros
Nogueira lembra que, nos primeiros meses de 2023, a meta de inflação para este ano parecia inalcançável. Segundo o economista, é possível que o Comitê de Política Monetária do Banco Central dê início à queda dos juros na sua próxima reunião, que está marcada para acontecer entre os dias 1° e 2 de agosto.
“O cenário para a inflação está mais ou menos desenhado”, comentou. “Da mesma maneira que o BC teve tranquilidade para manter os juros altos quando foi preciso, agora a instituição precisa ter tranquilidade para cortar os juros em uma velocidade razoável, de modo que não seja rápido demais. E, o mais importante, ele precisará de tranquilidade para interrompFer os cortes quando a taxa a de juros real chegar a um nível razoável.”
Segundo o economista, a pressão política sobre o assunto precisa ser evitada para que a variação dos preços continue sob controle. “Daqui a alguns meses, a pressão será para que o corte continue”, explicou. “Ela precisa ser evitada.”
Além disso, Nogueira cita também a redução do preço dos alimentos como um dos fatores para a redução da inflação.