O novo secretário de Desestatização, o economista Diogo Mac Cord de Faria, tem o desafio de tocar a agenda de privatizações do governo. Em entrevista à Revista Oeste, Mac Cord afirma que os estudos de desestatização são longos, estão em andamento, mas chegou a “hora de colher”. A seguir, o secretário avalia o cenário dos imóveis da União:
No guarda-chuva de sua pasta também estão imóveis da União abandonados ou subutilizados. O senhor tem um diagnóstico?
São duas subsecretarias: uma cuida das estatais e a outra do patrimônio imobiliário. Temos hoje em torno de R$ 1,3 trilhão em imóveis no Brasil. E isso ainda é subavaliado. No Distrito Federal, fizemos um ‘projeto-piloto’ [teste] de regularização fundiária que, contabilmente, renderia R$ 70 milhões em glebas, mas estamos levantando R$ 700 milhões. Vou ao Rio de Janeiro conversar com o prefeito Eduardo Paes (DEM) e já estive em São Paulo. O fato é que nunca ninguém fez nada com essas áreas federais, que acabaram invadidas. Muitas delas foram tomadas por comunidades com 100 mil pessoas que não vão sair mais dali. A regularização fundiária pode dar título de posse a essas pessoas, que decidirão se querem vender os terrenos, reformar as casas mediante crédito bancário — enfim, cada um decidirá o que quer fazer com direito de livre escolha. Veja quanto se destravará. Favela vale o quê? Nada. Mas, se dermos a propriedade ao cidadão, movimentaremos o setor imobiliário e a regularização social dará um choque na construção civil. Precisamos ser sócios de um país próspero e não donos de um país pobre. Porque somos donos de um terreno com valor travado. Todos ganham com desenvolvimento econômico.
Leia a entrevista completa publicada na Edição 47 da Revista Oeste: “‘É melhor ser sócio de um país próspero do que dono de um país pobre’”
A CEF possui milhares de imoveis fechados há anos. Dinheiro parado, no mínimo.