O risco-país do Brasil subiu 33 pontos desde janeiro e acumula 166 pontos, a segunda maior alta do G20 em 2024. A incerteza da política fiscal do governo Luiz Inácio Lula da Silva seria a principal causa da piora. Os dados foram divulgados pelo site Poder360, nesta segunda-feira, 24.
A Argentina lidera a alta do risco-país no G20, com um aumento de 1.133 pontos, o que reflete a crise econômica enfrentada pelos hermanos. Países com risco historicamente abaixo de três dígitos registraram queda, exceto a Turquia, que caiu 9 pontos.
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Em 2023, o risco-país do Brasil recuou 121 pontos por causa do crescimento da economia e à melhora em indicadores, como emprego e Produto Interno Bruto (PIB). Agora, parte desse resultado positivo foi perdido.
O risco-país é medido pelo Credit Default Swap de cinco anos, que avalia o risco de calote de determinado Estado. O economista Victor Beyruti, da Guide Investimentos, explicou ao Poder360 que a arrecadação do Brasil é mais incerta que o corte de gastos.
“O que vem sendo apontado como uma solução são sempre medidas de aumento de arrecadação”, disse Beyruti. “Se olhar a receita, ela é muito incerta. Tem uma estimativa de quanto uma medida vai arrecadar, mas você não tem como ter certeza.”
Brasil tem o terceiro pior desempenho na América Latina
Na América Latina, o Brasil só não teve desempenho pior que Argentina e Colômbia, que também registraram alta no indicador. O patamar atual do risco-país brasileiro é o maior desde novembro de 2023.
O mercado financeiro está atento às ações da equipe econômica do Brasil. O real foi a sexta moeda que mais desvalorizou em 2024. As críticas de Lula ao Banco Central, que manteve a Selic em 10,50%, aumentam as incertezas.
“Isso deixa claro que a situação só tem piorado e que a promessa de trazer equilíbrio fiscal e credibilidade não está sendo cumprida”, disse Beyruti. “Muito pelo contrário, está vendo piora.”