“Em uma cidade de 10 mil habitantes no meio do inverno do Michigan, com temperaturas negativas constantes e restaurantes fechados por causa da pandemia, os drive-thrus se transformaram em uma opção frequente na minha rotina gastronômica. E, por causa disso, tenho reparado algo em comum entre o McDonald’s, o Wendy’s e similares: na maioria das vezes em que visito esses estabelecimentos (e eu os visito mais do que deveria), encontro um chamativo anúncio com ofertas de emprego. Numa dessas ocasiões, junto com o meu lanche, o pacote do McDonald’s veio com panfleto sobre as vantagens de trabalhar lá. Os salários iniciais são anunciados como um atrativo: geralmente, começam em US$ 11 ou US$ 12 por hora de trabalho — fora o auxílio no pagamento das mensalidades da faculdade. Onze dólares equivalem a aproximadamente R$ 60, o que significa que o salário inicial para alguém que trabalhe 40 horas está acima dos R$ 10 mil.
Fritar hambúrgueres é provavelmente o grau mais baixo na escala profissional norte-americana — boa parte dos funcionários são adolescentes que não chegaram à maioridade. E, ainda assim, as lanchonetes costumam pagar muito acima do salário mínimo nacional, que é de US$ 7,25 a hora. Alguns Estados, como Michigan, têm um salário mínimo mais elevado (aqui, o valor é de US$ 9,87). Ainda assim, o valor pago pelo McDonald’s está acima do obrigatório por lei — o que deveria colocar uma interrogação na cabeça daqueles que acreditam que os empresários são vilões mesquinhos que precisam se submeter ao poder desse ser benevolente chamado Estado.”
Os parágrafos descritos acima fazem parte do artigo de Gabriel de Arruda Castro, publicado na Edição 51 da Revista Oeste, que foi ao ar na sexta-feira 12.
Revista Oeste
A Edição 51 da Revista Oeste vai além da coluna de Gabriel de Arruda Castro sobre os problemas do salário mínimo. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de J. R. Guzzo, Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Ana Paula Henkel, Rodrigo Constantino e Dagomir Marquezi.
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