O primeiro semestre de 2021 encerrou com 69,7% das famílias brasileiras com alguma dívida, em atraso ou não. É o maior patamar da série histórica da pesquisa Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010, e realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o levantamento, em maio, a parcela de pessoas com dívida foi de 68%. Em junho de 2020, o percentual ficou em 67,1%. A pesquisa da CNC considera como dívidas o cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal ou prestação de carro e de casa.
Em junho, as dívidas com cartão de crédito bateram recorde e para 81,8% do total de famílias foi a principal fonte de endividamento. Carnês de lojas (17,5%), financiamento de carro (11,9%), crédito pessoal (10,0%) e financiamento de casa (9,1%) foram as outras modalidades mais citadas.
O percentual de inadimplentes, ou seja, pessoas que têm contas ou dívidas em atraso, ficou em 24,3%, em maio. Em junho, subiu para 25,1%, resultado abaixo dos 25,4% do mesmo período do ano passado.
Em maio, 10,5% das famílias ficaram sem condições de pagar suas contas. Em junho, foram 10,8% delas. Em junho de 2020, o percentual ficou em 11,6%.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, questões como a inflação mais alta e o valor reduzido do auxílio emergencial têm afetado o orçamento das famílias. Ele afirma que “ainda que os indicadores de inadimplência se encontrem mais baixos na comparação anual, os números mostram que as famílias têm se endividado mais ao longo do ano para conseguir manter algum nível de consumo, respaldadas por uma frágil segurança no mercado trabalho, e diante de preços mais altos dos itens de primeira necessidade”.
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Com informações Agência Brasil
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