Relatório do Banco Central mostra que mais de 170 atividades produtivas tiveram desaceleração na capacidade de pagamento e podem não honrar dívidas com instituições de crédito
Uma das provas mais severas da história. Foi assim que o Banco Central (BC) classificou a pandemia de coronavírus para o Sistema Financeiro Nacional em seu Relatório de Estabilidade Financeira divulgado nesta semana.
Nele, um teste de estresse apontou o impacto da covid-19 nas instituições e mostrou que ela reduzirá a rentabilidade e ainda deverá demandar um reforço de capital de R$ 70 bilhões dos bancos.
Mais de 170 atividades produtivas do país tiveram desaceleração na capacidade de honrar seus compromissos financeiros e já acumulam uma divida de R$ 556 milhões com bancos. Assim, correm sério risco de não conseguir pagar a fornecedores e funcionários, entrando num redemoinho de calotes.
De acordo com o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Sérgio Neves Souza, o total dessas dívidas pode chegar a R$ 395 bilhões. “Dos R$ 500 bilhões que o sistema financeiro tem aplicado nessas empresas, R$ 200 bilhões entrariam em default. E isso contaminaria os dependentes desses setores”, explica. “Os empregados diretos dessas empresas teriam R$ 50 bilhões de impacto, a cadeia de fornecedores mais R$ 100 bilhões de impacto e os empregados da cadeia de fornecedores, mais R$ 25 bilhões.”
Segundo os cálculos do Banco Central, no pior dos cenários, o capital regulatório dos bancos teria de ser elevado em R$ 70 bilhões, 7,2% do patrimônio de referência do sistema financeiro, para voltar a ter a estabilidade e a liquidez que tinham antes de a pandemia chegar ao país. “Para se ter ideia, quando fizemos o impacto dos efeitos dos setores envolvidos na Lava Jato, em 2015, esse aumento era de R$ 3,4 bilhões, ou 0,4% do Patrimônio de Referência”, aponta o diretor.
Mesmo já tendo elevado suas provisões em R$ 15 bilhões no final de 2019 — o que os ajudou a passar pela crise atual —, os bancos devem novamente elevá-las para o próximo semestre, aposta o Relatório do BC. E, num cenário de incertezas causado pelo coronavírus, diminuir a concessão de crédito, tanto para empresas como para famílias.
Levar até 3???
Que reportagem ruim, não têm pé nem cabeça. Já o título é estranho… 3 o que?
Deve ser “levar a estresse”, será que é isso? Cadê o editor da revista?
3 anos (já corrigiram)