Os investimentos no Tesouro Direto — um programa do governo federal desenvolvido em parceria com a Bolsa de Valores para aplicação por meio da venda de títulos públicos — se aproxima de R$ 100 bilhões, segundo o relatório do Tesouro Nacional divulgado na terça-feira 25.
No mês passado, o valor aumentou 2%, em comparação com agosto. Os investimentos em títulos públicos nunca superaram a marca de R$ 100 bilhões. Em 2018, o valor investido era de pouco mais de R$ 54 milhões. Há dez anos, o montante não chegava nem a R$ 10 bilhões.
O estoque aumentou quase 30% só de janeiro a setembro deste ano, alta similar registrada em todo o ano de 2021. O crescimento da aplicação em títulos públicos coincide com o período de alta na taxa básica de juros, a Selic. O Banco Central (BC) subiu os juros para 13,75% ao ano, para controlar a alta inflação em 2022.
Ao aumentar a taxa, os investimentos em renda fixa ficam mais atrativos, porque são mais seguros e têm menor volatilidade que os de renda variável, como a Bolsa de Valores, por exemplo.
O estoque do Tesouro Direto deve ter o maior crescimento anual em 2022 desde 2016, quando subiu 60%. Naquele ano, a Selic terminou aos 14% ao ano.
Do total investido no Tesouro Direto, 41% estão atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país. Em segundo lugar, estão os títulos corrigidos pela Selic, com proporção de 30%.
Ao todo, o Brasil possui mais de 21 milhões de pessoas físicas cadastradas no Tesouro Direto. Desse total, apenas 2 milhões estão ativos, ou seja, que possuem saldo em aplicações.