Em entrevista ao programa Opinião no Ar, da RedeTV!, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que o governo pretende concluir, até o primeiro semestre do ano que vem, o leilão dos últimos aeroportos da rede da Infraero que ainda não foram transferidos para a iniciativa privada.
Em abril, na primeira etapa de concessões, o governo federal arrecadou R$ 3,3 bilhões (o valor total superou as projeções iniciais em mais de 1.600%). A próxima rodada de negociações deve envolver os dois terminais mais cobiçados pelo mercado, dos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e do Galeão, no Rio.
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Silvio Navarro, editor-executivo de Oeste, e Rodrigo Constantino, colunista da revista, participaram da entrevista. O programa é apresentado por Luís Ernesto Lacombe e também conta com a participação da jornalista Amanda Klein.
“O leilão [de abril] foi um sucesso, superou todas as nossas expectativas. Foi uma ousadia porque estamos passando pela maior crise da aviação de todos os tempos”, afirmou Tarcísio. “A gente viu uma oportunidade. Essa ousadia foi bem sucedida, os leilões superaram o que estávamos imaginando. Nós temos agora restando 16 aeroportos para serem transferidos. Já terminamos a modelagem, estamos já na fase de análise. No primeiro semestre do ano que vem, a gente faz o leilão desses aeroportos remanescentes. Vamos ter transferido todos os aeroportos da rede Infraero para a iniciativa privada. Vamos chegar a 50 aeroportos concedidos.”
Ferrovias
O ministro da Infraestrutura também disse que a pasta aposta nas ferrovias como propulsoras do desenvolvimento econômico em várias regiões estratégicas do país, em especial para o agronegócio. “Fizemos o leilão da Ferrovia Norte-Sul, praticamente já chegando à última perna. Fizemos o leilão da ferrovia de integração Oeste-Leste, que vai ser muito importante para o setor mineral baiano e para o agronegócio”, afirmou Tarcísio. “Estamos desenhando a Ferrogrão, que vai ser o grande regulador de tarifa do Brasil. Já temos R$ 30 bilhões de investimento privado contratado em ferrovias”, completou.
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Sem pressão política
Segundo Tarcísio, sob a gestão de Bolsonaro, o Ministério da Infraestrutura está blindado de qualquer interferência política. “Este é o meu terceiro governo. Sempre havia uma conexão muito forte do ministério com a política, com o partido político e o próprio Estado”, recordou. “O interesse partidário acaba tomando conta e permeando o ministério. O presidente Bolsonaro foi muito corajoso. Este é um grande legado e um exemplo que fica para outros presidentes que virão: trazer técnicos para pastas eminentemente técnicas.”
Candidatura
Durante a entrevista, o ministro foi indagado sobre a possibilidade de se candidatar ao governo do Estado de São Paulo em 2022, como deseja Bolsonaro. Tarcísio despistou e disse que, neste momento, sua prioridade é seguir o trabalho no ministério.
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“Eu tenho que estar focado na missão que o presidente me deu, que é cuidar da infraestrutura. O foco hoje é infraestrutura. Nós temos aqui coisas muito interessantes para fazer, principalmente no que diz respeito à transferência de ativos para a iniciativa privada”, afirmou. “Não dá para embarcar na discussão política. A missão é cuidar da infraestrutura. A gente está com muita vontade de fazer obra, com muita coisa engatilhada e estamos vendo a melhor maneira de fazer isso.”
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