James Earl Carter Jr, mais conhecido como Jimmy Carter, nasceu em 1º de outubro de 1924, em Plains, Geórgia, no sul dos Estados Unidos. Sua infância foi marcada pela vida na zona rural, em uma fazenda gerida por seu pai, James Earl Carter.
A vida em Plains era simples. Sua casa não tinha eletricidade ou água corrente até 1935, quando a tecnologia chegou à pequena comunidade. Para Carter, o dia em que a eletricidade foi instalada em sua casa foi mais importante do que o dia em que ele foi eleito presidente.
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Carter cresceu cercado por uma sociedade profundamente segregada. Embora ele tenha sido criado no ambiente racista típico do sul dos Estados Unidos, sua proximidade com a comunidade afroamericana local, e especialmente com os trabalhadores negros na fazenda de seu pai, moldou seu caráter de forma única.
Carter passou grande parte de sua infância com crianças negras, e sua mãe, Lillian Carter, era uma enfermeira respeitada na comunidade. Ela atendia pacientes de todas as raças. Sua mãe foi uma das maiores influências em sua vida.
Desde cedo, Jimmy Carter sonhava em frequentar a Academia Naval dos Estados Unidos em Annapolis, Maryland. Este sonho se concretizou quando ele foi aceito em 1943.
Durante sua carreira na Marinha, ele participou do desenvolvimento de submarinos nucleares. Carter sempre se destacou por seu intelecto e integridade, características que seriam marcas de sua vida pública.
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Em 1946, Carter casou-se com Rosalynn Smith, uma união que duraria décadas e se tornaria uma das mais duradouras na história das primeiras-damas e presidentes dos EUA. Rosalynn foi sua parceira fiel, tanto no nível pessoal quanto no político.
Depois de sua carreira na Marinha, Carter retornou à Geórgia para assumir os negócios da família depois da morte de seu pai, em 1953. Ele ingressou na política local e, em 1962, foi eleito senador estadual. Como governador da Geórgia, Carter chamou a atenção nacional ao anunciar, em seu discurso de posse, o fim da discriminação racial, um posicionamento ousado para um político do sul naquela época.
Em 1976, em meio à desilusão nacional com o escândalo de Watergate e a renúncia de Richard Nixon, Carter lançou sua campanha presidencial como um outsider político. Ele prometeu uma administração honesta e transparente, com ênfase em direitos humanos e justiça. Assim, Carter derrotou o presidente Gerald Ford com uma campanha baseada na restauração da confiança no governo.
Jimmy Carter presidente
A Presidência de Jimmy Carter foi marcada por uma série de desafios e conquistas. Ele iniciou seu mandato com uma abordagem pragmática, mas enfrentou obstáculos tanto no cenário interno quanto no externo.
No âmbito da política externa, Carter se destacou pelo Acordo de Camp David, um tratado de paz histórico entre Israel e o Egito, mediado diretamente por ele. Este foi um dos maiores sucessos diplomáticos de sua presidência e é uma das maiores conquistas da política externa norte-americana no Oriente Médio até os dias de hoje.
Sua insistência nos direitos humanos como um pilar da política externa o diferenciou de seus antecessores e sucessores. Ele pressionou regimes autoritários em todo o mundo, inclusive a União Soviética, com relação aos direitos civis e políticos.
No entanto, seu governo enfrentou grandes dificuldades. A economia dos Estados Unidos sofria com a chamada “estagflação”, uma combinação de inflação alta, crescimento econômico lento e alto desemprego.
As crises econômicas e a crise dos reféns no Irã, que se prolongou por 444 dias e coincidiu com a eleição presidencial de 1980, foram determinantes para sua derrota na tentativa de reeleição contra Ronald Reagan.
Jimmy Carter no Brasil
Ele visitou o Brasil em 29 de março de 1978, acompanhado de sua mulher e sua filha. Em sua chegada à Base Aérea de Brasilia, Carter afirmou que todos estão “se unindo num esforço global em prol da causa da liberdade humana e do Estado de Direito”.
O norte-americano conversou por uma hora com o então presidente brasileiro, Ernesto Geisel. Mais tarde, teve uma reunião com o general João Batista Figueiredo, então candidato à Presidência. As conversas foram qualificadas por Carter como “fascinantes e proveitosas”, apesar do tempo “insuficiente”.
Em discurso no Congresso Nacional, Carter disse entender o sentido lato dos “diretos básicos da pessoa humana” como “o direito à liberdade, o direito de criticar um governo”, apesar de acrescentar, em seguida, entre outros, “o direito à educação, o direito à boa saude, a uma habitação”. Ainda sobre os direitos humanos, declarou que tinha “uma marcante diferença de opinião” com o governo brasileiro.
Durante entrevista à imprensa, Carter disse que os Estados Unidos jamais subestimaram a “extrema importância do Brasil” e que, apesar das diferenças de pontos de vista em alguns setores, sempre existiu, por parte dos Estados Unidos, a necessidade de contar com o Brasil como “parceiro e amigo”, tendencia que “continuará tendo a mesma importância no futuro”.
Em visita ao Rio de Janeiro, o norte-americano disse que, “entre vários países do Terceiro Mundo que buscam a auto-afirmação como potência, apenas o Brasil mostra viabilidade para tal”. Na Cidade Maravilhosa, Carter participou de uma homenagem aos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira mortos na Segunda Guerra Mundial.
No ano anterior, a primeira-dama Rosalynn Carter esteve no Brasil para se encontrar com defensores dos direitos humanos, como o cardeal dom Paulo Evaristo Arns. Rosalynn ainda teve uma reunião com o presidente Geisel, na qual mencionou as violações dos direitos civis no país.
Depois da política
Depois de deixar a Casa Branca, Carter dedicou-se a uma longa e prolífica vida pós-presidencial. Ele fundou o Carter Center, uma organização dedicada à promoção dos direitos humanos, à prevenção de doenças e à mediação de conflitos ao redor do mundo.
Por seus esforços humanitários, Carter recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002. Ele também se envolveu com a Habitat for Humanity, que ajuda a construir casas para os menos afortunados.
Enquanto sua Presidência foi amplamente criticada durante sua época, especialmente por causa de crises econômicas e externas, a perspectiva histórica tem sido mais gentil com sua liderança.
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Muitos de seus alertas, como a necessidade de conservação de energia e a proteção ambiental, hoje são vistos como precursores das políticas modernas para enfrentar as mudanças climáticas.
O legado de Jimmy Carter, que completa 100 anos hoje, está fortemente ancorado em sua integridade, compaixão e dedicação aos direitos humanos. Carter é lembrado não apenas por seu tempo na Casa Branca, mas por seu compromisso com a melhoria da vida de pessoas em todo o mundo.
Talvez o maior imbecil da história americana. Se dizia engenheiro nuclear sem nunca ter tido um diploma. Centralizador e demagogo como qualquer pequeno tirano, gastava seu tempo em decidir quem podia usar a quadra de tenis na Casa Branca. Perdeu a reeleição de 1980 na qual Reagan obteve 489 votos contra seus míseros 49. A mulher Rosali era uma mistura de Queen Bitch Hilary com Esb(j)anja. Vaso ruim não quebra.