No dia 8 de outubro de 1998, José Saramago se tornou o único autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura. O júri destacou a habilidade do escritor português em “tornar constantemente compreensível uma realidade fugidia” por meio de parábolas que combinam imaginação, compaixão e ironia. Saramago se tornou com isso uma das figuras mais proeminentes da literatura mundial.
Nascido em 16 de novembro de 1922, na aldeia de Azinhaga, Saramago foi filho e neto de camponeses., conforme conta o History Channel Brasil. Teve uma infância marcada pela migração de seus pais para Lisboa quando ele ainda era um bebê.
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Embora tenha feito estudos secundários, não pôde prosseguir devido a dificuldades financeiras. Iniciou, então, sua vida profissional como serralheiro mecânico. Com o tempo, exerceu diversas funções, entre as quais desenhista, tradutor e editor, até se dedicar exclusivamente à literatura a partir de 1976.
Saramago publicou seu primeiro romance, Terra do Pecado, em 1947, mas sua notoriedade veio com Levantado do Chão (1980), seguido por Memorial do Convento (1982). Em 1991, seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo foi censurado pelo governo português, levando-o a exilar-se em Lanzarote, onde morou até sua morte em 18 de junho de 2010.
Além de seus 20 romances, Saramago deixou uma vasta obra que inclui poesias, crônicas e peças de teatro. Ensaio sobre a Cegueira (1995) foi adaptado para o cinema em 2008 pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles, o que ampliou o impacto cultural de sua obra.
A importância de Pilar del Rio
Em 1988, Saramago se casou com Pilar del Río, uma jornalista e tradutora espanhola que se tornou sua companheira e colaboradora. Pilar foi fundamental no apoio à carreira de Saramago. Ajudou a traduzir seus trabalhos para o espanhol e a promover seus livros internacionalmente.
Saramago morreu no dia 18 de junho de 2010, na residência em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, onde morava desde 1993.
Pilar, aos 74 anos, continua a desempenhar um papel ativo na promoção da obra do escritor. Ela é uma defensora da literatura e da cultura. Participa de eventos, palestras e homenagens que celebram o legado de Saramago.
Além disso, ela está envolvida em atividades relacionadas ao seu trabalho como tradutora e jornalista.
Pilar também se mantém à frente da Fundação José Saramago, que se dedica à preservação e divulgação da obra do autor e à promoção de iniciativas culturais e educacionais.
Mas, acima de tudo, ela continua a compartilhar a visão e os valores que Saramago defendia, especialmente em temas como justiça social e direitos humanos.
Em 2006, ao falar sobre seu livro As Pequenas Memórias, em entrevista à Fundação José Saramago, o consagrado escritor falou com carinho sobre sua própria trajetória.
“Acredito que minha vida valeu a pena.”