O jornalista Tiago Pavinatto foi o último dos comentaristas de peso demitido da Jovem Pan por crime de opinião. Idiossincrásico, histriônico, carismático, culto, dono de um humor que oscila do vulgar ao sofisticado, o advogado se recusou, a pedido da direção, a pedir desculpas no ar a um desembargador que havia absolvido um homem de 76 anos de pedofilia.
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Singularidades jurídicas à parte, é regra de qualquer manual de redação que uma empresa de comunicação não deve se meter na opinião de um comentarista. Se o comentário de um comentarista não se coaduna à linha editorial da empresa, que o comentarista seja desligado, mas não se enfia goela abaixo de um comentarista um pedido de desculpas a um jornalista. Isso é pior que censura: é imposição de opinião goela abaixo de um comentarista.
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O problema é que a Jovem Pan tem pedido desculpas o tempo todo aos ditadores que a querem punir por suas virtudes. A Jovem Pan, emissora mais plural e livre de grande porte que houve no Brasil, tem escorregado feio em princípios jornalísticos. Por quê? A resposta é óbvia: medo. A ditadura togada quer cortar sua cabeça. Por crime de opinião, por não obedecer aos ditames e ao índex de assuntos proibidos de toda sorte: vacinas, urnas, críticas livres e democráticas à parcialidade da Justiça Eleitoral, ao Supremo e toda sorte de temas tornados tabu pelo supremo tribunal inquisitorial.
“Não se justifica que uma empresa de comunicação abra mão de sua liberdade”
A juristocracia imposta e reverberada pelo Supremo chegou a procuradores ativistas do Ministério Público, que querem fechar a Jovem Pan, e a ativistas virtuais, que querem desmonetizar a Jovem Pan. Uma espécie de ditadura com inúmeros tentáculos em nome de uma falsa democracia. É compreensível o comportamento da Jovem Pan. Mas não necessariamente justificável.
Não se justifica porque não adianta se curvar ao carrasco que quer cortar sua cabeça. Não se justifica porque não se justifica que uma empresa de comunicação abra mão de sua liberdade, de sua autonomia, de sua pluralidade para se adequar a um modelo imposto pelo ditador. Isso é suicídio moral. Não se justificam as saídas de Augusto Nunes, Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo, Guilherme Fiuza e tantos outros que construíram a sólida reputação de pluralidade e liberdade da Jovem Pan.
Jovem Pan, Pavinatto e… Alexandre de Moraes
A própria demissão de Pavinatto envolve bem mais do que parece. O tal desembargador era candidato a uma vaga no Superior Tribunal de Justiça e querido de Alexandre de Moraes. A Jovem Pan não toca no nome de Alexandre de Moraes. A Jovem Pan não toca na principal pauta do país, que é hoje a ditadura escancarada que persegue, de maneira inclemente, toda a direita brasileira, inclusive a própria emissora, que eles creem ser o que chamam de “bolsonarista”.
E como diz Barroso, eles, os ministros do Supremo, derrotaram tudo aquilo que chamam de “bolsonarismo”. “Bolsonarismo” este colocado como um regime nazista pelo próprio Lula e seu ministro da Justiça, Flávio Dino. O governo lulopetista, em parceria com o Judiciário, trata de demonizar e desumanizar TODA a direita brasileira a quem alcunha de “bolsonarista”. Uma crítica ao Supremo, uma crítica ao sistema eleitoral, e você entra na definição de “extrema direita golpista” de Alexandre de Moraes ou de nazismo do próprio Lula ou de apoiador de genocídio e ditaduras batizado pela própria grande mídia.
“Mas o fato é que, infelizmente, a Jovem Pan se moldou completamente ao padrão de comunicação criado pela cúpula da ditadura pseudoprogressista”
Eu trabalhei na Jovem Pan por quatro anos. Lá , debati com uma miríade de pessoas dos mais diversos espectros ideológicos, mas sobretudo jornalistas de esquerda. O livre diálogo das ideias sempre foi o norte da empresa. É estarrecedor ver a emissora se curvando à visão do carrasco que quer destrui-la sem sequer ter uma mínima garantia de sobrevivência. É estarrecedor ver a empresa que mais fez oposição ao governo mensaleiro e corrupto do primeiro governo Lula proibir que se diga que Lula foi chefe de um esquema criminoso; de proibir que os comentaristas digam que há uma ditadura togada que quer destruir a própria empresa.
Matérias insidiosas, de má fé, da grande mídia lançam insinuações de que diretores da Pan negociam com o governo e com a própria injustiça oficial e com o próprio governo para sobreviver; negociam sua linha editorial, sua liberdade, seu caráter. Insinuações sórdidas que qualquer ouvinte da rádio não quer acreditar. Mas o fato é que, infelizmente, a Jovem Pan se moldou completamente ao padrão de comunicação criado pela cúpula da ditadura pseudoprogressista que hoje reina no conluio da mídia, do Judiciário do Executivo .
A crítica ao beijo no seu carrasco que tenta dar a Jovem Pan é uma crítica que aponta, que indica, que implora para sua ressurreição. Porque no momento Jovem Pan está moralmente morta, entregue aos braços da ditadura que ela obriga seus comentaristas a não ver. Talvez ela poderia ressuscitar, tornando-se novamente a emissora mais plural e livre que foi um dia para, em seguida, morrer pelas mãos de quem a crucifica.
Mas se houver dignidade em sua morte, a emissora terá uma vida eterna no panteão de honra da história do jornalismo brasileiro. Não morra em vida, Jovem Pan. Não se curve ao carrasco que quer assassinar sua honra. Há quem ressuscite da cruz porque lutou o bom combate. E há quem morra duas vezes pela desonra de tentar adular seu próprio assassino. Escolhas definem um destino. Não morra em vida, Jovem Pan. Não suicide o caminho de liberdade e pluralidade que fizeram de você a maior empresa de comunicação do Brasil.
Leia também: “A guerra contra a Jovem Pan”, artigo de J. R. Guzzo publicado na Edição da Revista Oeste
Excelente artigo de Adrilles, texto escorreito como sempre e extremamente lúcido!A empresa de comunicação, depois do afastamento da direção, do seu fundador octogenário, que bancava a opinião livre e real,enveredou pelo lado mercadológico que julgou mais cômodo e seguro. Lamentávelmente!Sem dúvida, uma perda!Ainda bem ,que nos resta, alguns focos de opinião livre e independente como a OESTE.
Escrevi ao Tutinha no Linkedin algo muito parecido no dia seguinte à demissão do Pavinatto.
Sou fiel ouvinte JP, e agora telespectador, há quase 4 décadas. Dia a dia, desde a mudança na linha editorial da emissora, tenho perdido a vontade de acompanhar os seus Programas e Jornais.
Lamento que uma emissora com 80 anos de vida, quando mais o país e sua população precisam de jornalismo de verdade, tenha se curvado aos canalhas para tentar sobreviver.
Caminha par o fim a emissora que outrora foi o ícone da imprensa séria brasileira.
Adrilles esta mais que certo. Perfeito. agota é Pan Bauru e Sem Filtro.
Ladeira abaixo pisando no acelerador. Que triste fim para a VelhaPan
Excelente artigo! Lastimável o que estamos vivenciando nos meios de comunicação no país do faz de contas!
A Jovem Pan esta sofrendo a ” síndrome de Estocolmo “.
Parabéns Adrilles. É triste mas é verdade.
Provavelamente a JP quer competir competir com a Globolixo, para ver quem perde a audiência mais rapidamente.
Ótima crítica, Adrilles.
Deixamos de criticar as Forças Armadas também por medo, mas ela mostrou que tem duas faces e é falsa. Não se importa com a liberdade e a verdade. Muito menos com o combate à corrupção.
Sempre tive a JOVEM PAN como uma emissora defensora da honrra honestidade e liberdade q a fez referência.
Hoje caiu na vala comum..!!
Triste fim…!!
Com decepção e tristeza vejo a Jovem Pan, que por mais de 45 anos sou ouvinte e telespectador, se curvar e ceder covardemente para essa ideologia nefasta, autoritária e destruidora da liberdade de opinião e expressão das pessoas !!!
No lamaçal do consórcio das mídias mofadas, bolorentas e putrefatas, produtoras de notícias falsas e bajuladoras de governantes inescrupulosos, para enganar e manipular ainda mais, a galera que ingenuamente ainda sonha com a “picanha e a cerveja”, a Jovem Pan sempre pautou e teve destaque positivo pela decência, seriedade e honestidade em tudo que fez nas suas transmissões e noticiários ao seu público, ao longo dos seus 81 anos de existência, sempre nos trilhos da verdade, da honestidade e da liberdade de opinião.
Infelizmente hoje, assistimos com muita decepção e tristeza, esse exemplo de mídia, que por 8 décadas construiu e manteve o conceito e admiração do seu público, pelo trabalho e prestação de serviços de excelência, ser covardemente lançado no esgoto comum da manipulação, das mentiras, e da falta de seriedade, e credibilidade, apenas para se enquadrar nas preferências e aos ditames da esquerda nefasta.
Muito lamentável mesmo !!!
Ao Dr. Tiago Pavinatto desejo muito sucesso e que continue sendo autêntico e honrado !!
Ao Sr. Adrilles Jorge, parabenizo pelo excelente editorial , feito com muita consciência e propriedade do que escreveu !!!
Parabéns Revista Oeste e Equipe !!
Valeu muito ser assinante dessa Revista !!
Vergonha, vergonha, vergonha, vergonha, vergonha, vergonha, vergonha, vergonha, vergonha, vergonha…
É melhor acabar vítima do arbítrio do que vítima da covardia.
Não assisto a mais da “VelhaPan”. Em meus 76 anos de vida, nunca vi uma empresa jornalística tão medrosa e submissa aos ditames da ditadura jurídica que estamos vivendo. Melhor que cerrasse logo as portas de uma vez.
Triste fim da JP. O ultimo que sair apague a luz.
Quando nao se aceita critica fundamentada , a exemplo do sistema eleitoral, as decisões distorcidas e mal explicadas pelo judiciário etc, é porque vivemos num Edtado Autoritário. A crítica deve ser respondida e explicada e isso é Democrqcia e im forma de controle.
Muito triste tudo isso. A única emissora confiável que nos tínhamos. Ainda bem que temos a oeste sem filtro e agora as lives do pavinatto.
Realmente eh assustador ver o rumo que ela está tomando…sua audiência já começa a diminuir e a cada comentarista que ela demite, um novo CANAL DE DIREITA nasce e concorre contra ela! “O Trema nos Us” do Pavinatto eh muito bom! O último sobre a descriminalização da drogas já atingiu quase 700 mil views!
Infelizmente, até o programa Pânico mudou a sua pauta. Pavinatto foi corretíssimo no comentário sobre o desembargador e na reação ao “diretor” covarde. O único programa digno que restou e que ainda dou audiência enquanto trabalho é o JP Bauru com Alexandre Pittoli e sua bancada de patriotas admiráveis até o meio-dia. Depois só a Oeste Sem Filtro.
Falo isto com grande tristeza e pesar: Infelizmente nem a JP eu consigo mais ouvir pelas manhãs!
Os canais públicos ou concedidos em sua quase totalidade estão tomados por esta ideologia nefasta e negacionista, negam a Liberdade e o Direito de responsavelmente nos pronunciarmos, se suas falas, ideias e pensamentos de alguma forma atentam contra o projeto ardiloso, inescrupuloso de poder e domínio daqueles que aprisionam a liberdade e destroçam a verdade, saiba que você será calado!!