O doutor Drauzio Varella falou sobre o polêmico abraço em rede nacional que deu numa mulher trans, presa por estuprar e assassinar um menino de 9 anos de idade. Em entrevista ao Splash UOL, publicada nesta terça-feira, 1º, ele admitiu o erro.
No primeiro domingo de março de 2020, o Fantástico, da TV Globo, exibiu uma reportagem em que Drauzio Varella contou a vida das mulheres trans no presídio.
Na ocasião, o médico se comoveu com a história da transexual Suzy Oliveira e deu um abraço nela. A mulher trans disse a Drauzio que não recebia uma visita na penitenciária, em Guarulhos (SP), havia oito anos. Porém, dias depois, veio à tona o motivo de sua prisão.
O que Drauzio Varella diz sobre o episódio do abraço na trans que estuprou e matou criança
A trans abraçada por Drauzio chegou a receber 234 cartas até a primeira sexta-feira de março de 2020, apenas cinco dias depois da exibição da reportagem do Fantástico.
Depois da exibição da reportagem, o pai da criança processou Drauzio e a Globo. Mas, em 2022, o médico e a emissora foram livrados na segunda instância da Justiça de pagar R$ 150 mil de indenização à família.
“O erro foi meu, totalmente meu”, disse Drauzio, ao Splash. “Trabalho em cadeia há mais de 30 anos e nunca na minha vida abracei um preso. Não faz parte do relacionamento que tenho com eles.”
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O médico contou que aprendeu com carcereiros mais velhos que não se pergunta a um presidiário o que ele fez. Portanto, ele disse que não sabia o que Suzy tinha feito.
“Me comovi com aquela pessoa, que me olhou de um jeito tão desprotegido, tão triste, que me deu vontade de dar um abraço nela, que não fazia parte do script nenhum, nem caberia”, disse o médico.
Drauzio também contou que foi ameaçado depois de dar o abraço na detenta trans. “Hoje, quando olho para trás, lamento o que aconteceu, é claro”, afirmou Drauzio. “Mas isso foi gerado por um abraço […] Isso que é a tristeza, gerar uma coisa tão violenta assim, porque você deu um abraço em uma pessoa.”
Justamente por trabalhar há 30 anos em cadeias, como afirma, e sabendo da repercussão que um gesto como o que fez teria na audiência, deveria se informar sobre o crime cometido pelo detento. Preferiu seguir cegamente a cartilha da esquerda e vitimizar o autor de um crime hediondo e mostrar-se comovido com a sua situação. E essa mesma cartilha faz questão de ignorar o sofrimento das famílias que são as reais vítimas desses criminosos psicopatas.