Estadão: Lula quer reescrever o passado ao retomar investimentos em refinaria ‘modelo’ de corrupção

O jornal O Estado de S. Paulo criticou a retomada dos investimentos da Petrobras na Refinaria Abreu e Lima, anunciada na quinta-feira 18, em Pernambuco. Na contramão das petroleiras do mundo, o anúncio da estatal brasileira soa como mais uma tentativa de Lula reescrever o passado, afirmou o Estadão em editorial publicado na edição desta sexta-feira, 19.

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O jornal lembra que nos dois primeiros mandatos Lula usou a Petrobras “para a execução de grandiloquentes (e caríssimos) planos para supostamente impulsionar o desenvolvimento nacional”. 

Entre os ambiciosos projetos obter a autossuficiência na produção de combustíveis e reduzir seus preços estava a Abreu e Lima. A refinaria se tornou um símbolo da corrupção investigada pela Lava Jato. Orçada em R$ 7,5 bilhões, a refinaria — cujo lançamento da construção teve a presença do então ditador da Venezuela, Hugo Chávez — custou oito vezes mais.

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Mas “o governo deliberadamente desconsiderava que os derivados de petróleo flutuam conforme a cotação do barril no exterior e o comportamento do câmbio, fatores fundamentais para definir a viabilidade econômica de cada projeto”.

Mesmo assim, o governo petista abusou de sua participação majoritária na Petrobras para impor suas vontades aos acionistas privados. Isso quebrou a Petrobras. O Estadão afirma que “lembrar esse contexto é extremamente relevante no momento em que o governo tenta reescrever a história recente”.

“Na versão petista, não fosse a operação liderada pelo juiz Sérgio Moro, todas as obras da Petrobras teriam sido concluídas e o país estaria em outro patamar de desenvolvimento econômico. Na delirante versão petista, Moro teria usado a Lava Jato para minar o crescimento do país e da petroleira para atender a interesses norte-americanos”, afirma o jornal, referindo-se ao discurso de Lula na quinta-feira.

Política de Lula fez Petrobras acumular prejuízo de R$ 100 bilhões em 3 anos, lembra Estadão

Entretanto, o Estadão desmente a versão do petista. “A fábula de Lula ignora o fato de que a Petrobras já estava em maus lençóis antes mesmo da criação da malfadada força-tarefa de Curitiba.”

A gastança com os projetos que nunca se viabilizaram e o cenário internacional levaram a Petrobras a acumular prejuízos da ordem de R$ 100 bilhões entre 2011 e 2014, muito mais que as perdas reconhecidas em balanço em razão das descobertas da Lava Jato, de cerca de R$ 6 bilhões.

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Ao custo de R$ 60 bilhões, Abreu e Lima teve a capacidade instalada reduzida à metade do projeto original, o que fez do empreendimento “uma das refinarias mais caras e menos produtivas do mundo”. Quando a Petrobras tentou colocar o empreendimento à venda, ninguém quis comprá-lo.

O jornal conclui o editorial ao afirmar que as motivações de Lula — “vingar-se da turma da Lava Jato” ou reescrever a história — são ilegítimas e certamente trarão mais prejuízo ao país.

“Agora, quando nenhuma empresa no mundo ousa investir em novas refinarias, é nesta obra que o governo pretende apostar suas fichas. Seja porque pretende se vingar da turma da Lava Jato, seja porque quer reescrever a história, Lula retoma um projeto que deveria custar US$ 2,5 bilhões, consumiu quase US$ 18,5 bilhões, deveria ficar pronto em 2011 e permanece inacabado, tornando-se símbolo da húbris lulopetista que arruinou o país”, finaliza o Estadão.