New York Times admite que se baseou ‘demasiadamente’ em fontes do Hamas

Um dos jornais mais influentes do mundo, o The New York Times admitiu que se baseou de forma “demasiada” nas alegações do grupo terrorista Hamas ao noticiar o recente bombardeio a um hospital de Gaza.

Sem provas, a cobertura do episódio atribuiu a Israel a autoria do ataque aéreo que deixou centenas de mortos e feridos no último dia 17. 

Em “Nota do Editor”, publicada nesta segunda-feira, 23, o NYT declarou que a sua cobertura dos fatos contou prioritariamente com as “alegações de funcionários do Hamas”.

O jornal percebeu, portanto, que as matérias sobre o caso precisariam de mais rigor do ponto de vista jornalístico.  

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Israel negou a culpa e responsabilizou o grupo terrorista Jihad Islâmica — financiado pelo Irã — pelo lançamento do foguete perto do hospital Ahli Arab, o maior da Cidade de Gaza.

Evidências apontavam para o lado palestino

Autoridades internacionais, por sua vez, tinham evidências que endossavam a versão israelense de que o foguete partiu do lado palestino. Ainda assim, a empresa de comunicação publicou “uma grande manchete [com a versão do Hamas] no topo do site”.

“Nossas primeiras versões da cobertura — e o destaque que recebeu nas manchetes, nos alertas de notícias e nos canais de comunicação social — baseavam-se demasiadamente nas alegações do Hamas, e não deixavam claro que essas alegações não tinham como ser imediatamente verificadas”, assumiu a editoria do NYT. 

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De acordo com a empresa, o relatório deixou os leitores com uma impressão incorreta sobre a veracidade do relato.

“Dada a natureza sensível das notícias durante um conflito crescente e a promoção proeminente que receberam, os editores do Times deveriam ter tomado mais cuidado com a apresentação inicial e sido mais explícitos sobre quais informações poderiam ou não ser verificadas”, alega o jornal.

O New York Times conclui que os líderes das redações continuam examinando os procedimentos “para determinar quais salvaguardas adicionais podem ser garantidas”.