Em artigo publicado na Edição 68 da Revista Oeste, Ubiratan Jorge Iorio explica que à América Latina apetece caminhar permanentemente, a passos largos e decididos, na estrada esburacada que leva à perpetuação da pobreza e ao distanciamento do Primeiro Mundo.
Leia um trecho
“O tempo passa, o mundo gira, debutantes tornam-se avós, velhos sobrados caem e arranha-céus brotam em seu lugar, cabelos encanecem, o futuro vai-se transformando incessantemente em presente e logo em seguida em passado, mas há lugares em que parece que nada disso acontece, em que o estoque de conhecimentos que se acumula e modifica com o tempo, em vez de evitar novos erros, os multiplica. Esse quadro de tintas kafkianas parece descrever bem a Argentina, como, de resto, a América Latina. É uma marcha decidida rumo ao atraso, a demonstrar como são esforçados os políticos da região em prol do ‘progresso da decadência’. Seu lema parece ser: ‘Avante, para trás!’.
À América Latina apetece caminhar permanentemente, a passos largos e decididos, na estrada esburacada que leva à perpetuação da pobreza e ao distanciamento do Primeiro Mundo. Não aprendeu a lição da história de que o maior dos insumos para o desenvolvimento é a liberdade, mais especificamente, a tríplice liberdade: política, econômica e de livre expressão. A região, que em 1776 tinha um PIB equivalente ao das treze colônias que originaram os Estados Unidos e que teve até agora exatos 245 anos para fazer o dever de casa, prefere insistentemente gazetear para, descalça, ir bater uma bolinha no terreno baldio e cheio de cacos de vidro do populismo. Com efeito, a região experimenta impressionantes recaídas patológicas em erros cometidos no passado, que por si só explicam a sua pobreza. É um abyssus abyssum invocat, um abismo chamando outro abismo, que por sua vez atrai outro e mais outro, em que cada erro cometido é decorado, soletrado, repetido e posto sucessivamente em prática.”
Gostou? Dê uma olhada no conteúdo abaixo.
Revista Oeste
A Edição 68 da Revista Oeste vai além do artigo de Ubiratan Jorge Iorio sobre a vocação da América Latina para o atraso. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de J. R. Guzzo, Luís Artur Nogueira, Rodrigo Constantino, Guilherme Fiuza, Silvio Navarro, Edilson Salgueiro, Dagomir Marquezi e Theodore Dalrymple.
Startup de jornalismo on-line, a Revista Oeste está no ar desde março de 2020. Sem aceitar anúncios de órgãos públicos, o projeto é financiado diretamente por seus assinantes. Para fazer parte da comunidade que apoia a publicação digital que defende a liberdade e o liberalismo econômico, basta clicar aqui, escolher o plano e seguir os passos indicados.
Na primeira metade do século passado, países como Argentina, Venezuela e Cuba eram as maiores e mais desenvolvidas economias da América Latina, com Cuba e posteriormente a Venezuela assumindo a liderança neste grupo. A partir da segunda metade do século passado, essas economias atingiram um espécie de esgotamento e começaram a ruir na seguinte ordem: Cuba, Argentina e por último a Venezuela este último mais por causa do petróleo. O que diferencia o Brasil dessas outras republiquetas da hispano-américa é que não seguimos o modelo do caudilhismo, comum em todos esses países, sendo que aqui no Brasil, apenas o estado do Rio Grande do Sul teve no passado, essa tendência, porém em menor ênfase. Talvez seja isso um dos motivos dentre muitos que expliquem essa tendência ao atraso. É apenas um palpite.
Exemplos: Argentina: Perón e Kirchener
Bolívia: O índio cocaleiro Morales (mais recente)
Perú: Os Fugimori
Venezuela: Chavez e Maduro
Cuba: Os Castro
Nicarágua: Daniel Ortega
Esses citados são apenas os mais atuais, mas isso vem de longe no passado.