O Ministério Público da Bolívia pediu nesta sexta-feira, 12, a prisão da ex-presidente Jeanine Áñez, que comandou o país, de forma interina, após a renúncia de Evo Morales, em 2019. Além dela, a promotoria pediu a detenção de cinco ministros do antigo governo e o indiciamento de ex-líderes militares, informa o jornal boliviano El Deber.
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O ex-ministro de Energia Rodrigo Guzmán já foi preso. Arturo Murillo (Ministério do Governo), Yerko Núñez (Presidência), Luis Fernando López (Defesa) e Álvaro Coimbra (Justiça) estão sendo procurados.
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A ex-presidente Áñez publicou algumas mensagens em sua conta pessoal no Twitter e denunciou que a “perseguição política começou”. “O MAS [Movimento ao Socialismo, partido do ex-presidente Evo Morales e do atual, Luis Arce, eleito em outubro do ano passado] decidiu voltar aos estilos da ditadura. Uma pena, porque a Bolívia não necessita de ditadores. Necessita de liberdade e soluções”, escreveu.
La persecución política ha comenzado. El MAS ha decidido volver a los estilos de la dictadura. Una pena porque Bolivia no necesita dictadores, necesita libertad y soluciones.
Pueden descarga la denuncia con la que pretenden perseguirnos: https://t.co/eVQKCMtcui
— Jeanine Añez Chávez (@JeanineAnez) March 12, 2021
Áñez é acusada pelos socialistas, assim como a antiga cúpula do governo interino, de ter perpetrado um “golpe de Estado” no país com a colaboração das Forças Armadas. “Não foi golpe. Foi uma sucessão constitucional devido a uma fraude eleitoral”, afirmou a ex-presidente.
Es la práctica "socialista", mienten sin ruborizarse, reescriben historias para justificar abusos. No fue golpe, fue sucesión constitucional debido a un fraude electoral. Renunciaron quienes no se atrevieron a recibir un país convulsionado ya que el principal responsable HUYÓ!
— Jeanine Añez Chávez (@JeanineAnez) March 12, 2021
Carlos Mesa, ex-presidente da Bolívia e adversário de Arce nas últimas eleições, protestou contra os pedidos de prisão. “Estamos em um processo de perseguição política pior do que nas ditaduras”, afirmou. Arce, por sua vez, ainda não se manifestou.