Casos importados sobretudo da Europa acendem o alerta na China, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura e outros países na região
O número de casos do novo coronavírus está subindo novamente na Ásia, contrariando as esperanças de que o pior já havia passado. A Coreia do Sul, Taiwan e partes da China já estão tomando novas medidas para conter uma segunda onda da pandemia.
Especialistas ouvidos pelo Financial Times afirmam que esse aumento repentino de casos revela os limites de medidas como o fechamento de cidades efetuado na China, as campanhas de testes em massa e o incentivo à distância social promovidos em toda a região.
Para o professor de epidemiologia Ben Cowlin, da Universidade de Hong Kong, “é um enorme desafio conter a propagação do vírus, já que em grande parte os novos casos foram importados da Europa, mas no futuro eles podem vir de outras partes do mundo”.
Segundo as autoridades chinesas, cerca de 120 mil pessoas vieram do exterior para a China desde que a Organização Mundial da Saúde declarou o novo coronavírus uma pandemia, em 11 de março. Já são mais de 150 casos importados confirmados no país. Como medida de prevenção, muitas províncias chinesas estão colocando em quarentena por 14 dias todos os que chegam de outros países.
As autoridades de Daegu, a cidade da Coreia do Sul mais atingida, estão reforçando os cuidados após novos casos terem surgido em igrejas e asilos. O município até então havia sido bem-sucedido com a política de testes em massa e isolamento preventivo.
Taiwan está com as fronteiras virtualmente fechadas para qualquer estrangeiro e decidiu intensificar a quarentena de seus cidadãos. O governo está empenhado em testar todos os taiwaneses que voltaram de viagens internacionais e pediu a eles que procurem um médico caso apresentem qualquer sintoma.
A pequena nação insular é aquela com menos casos na região, mas nas últimas duas semanas o número voltou a subir. As autoridades divulgaram que 31 pessoas se infectaram no exterior.
Hong Kong está sofrendo as consequências do retorno de estudantes que estavam na Europa. O governo do território autônomo proibiu a entrada de pessoas que apresentem algum sintoma e decidiu impor uma quarentena de 14 dias a qualquer um que chegue do exterior.
O primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, outro país da Ásia que está vendo o aumento do número de casos provenientes de fora, afirmou: “Nós esperamos mais casos importados e mais ondas de infecção. Isso deve acontecer em vários países”.