A farmacêutica norte-americana Moderna anunciou nesta segunda-feira, 15, que vai abrir uma fábrica de vacinas com base na técnica chamada RNA mensageiro, a mesma usada nos imunizantes da Pfizer, na cidade australiana de Melbourne, a primeira no Hemisfério Sul. A intenção é produzir mais de 100 milhões de doses por ano de vacinas contra a covid, influenza e outras doenças.
A Austrália está entre os países que adotaram rígidas políticas de lockdown e confinamento durante a pandemia de covid-19, e o governo também teve problemas para comprar vacinas, que, nos Estados Unidos e na Europa, começaram a ser aplicadas no fim de 2020.
De acordo com o anúncio, o início das obras da nova fábrica está previsto para este ano e as instalações serão em uma das maiores universidades australianas, a Monash, em Melbourne. A previsão é concluir a construção em 2024.
Durante a pandemia, a Moderna desenvolveu a vacina Spikevax, com base na técnica de RNA mensageiro (mRNA). Diferentemente de vacinas que utilizam técnicas tradicionais, como a CoronaVac, que injetam no corpo o vírus inativado para que o organismo produza anticorpos contra determinada doença, as vacinas de mRNA utilizam um RNA sintético do vírus, produzido em laboratório. Em vez de injetar um vírus ou parte dele no organismo, a ideia das chamadas vacinas gênicas é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse nesta segunda-feira que o país tomou esta iniciativa não apenas para promover a ciência e a saúde, mas também por uma questão de “segurança nacional”. Em razão de sucessivos confinamentos, Melbourne viveu um dos períodos mais longos de bloqueio durante a pandemia.
Além disso, o país teve problemas significativos no fornecimento de vacinas. “Temos que fazer mais aqui. Não podemos continuar presumindo que não há problema em estar na base das cadeias de suprimentos globais”, argumentou Albanese.
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