'Branca de Neve conservadora' surge em reação à da Disney

A produtora conservadora Daily Wire anunciou sua versão de Branca de Neve e os Sete Anões, na segunda-feira 16. A informação chega em meio às críticas da versão live-action que a Disney produziu.

Snow White and the Evil Queen (Branca de Neve e a Rainha Má, em tradução livre) tem previsão de lançamento para 2024. O filme será estrelado pela youtuber Brett Cooper, no papel da princesa.

“Branca de Neve é uma personagem linda e me sinto honrada em interpretá-la”, disse Cooper. “Como os melhores contos de fadas, é uma história com valores atemporais, como amor, amizade e bondade.”

Em vez de seguir a linha da adaptação da Disney, o projeto da Daily Wire pretende ser mais fiel ao conto original dos irmãos Grimm, que já está em domínio público.

Essência da ‘Branca de Neve conservadora’

Jeremy Boreing, codiretor-executivo do Daily Wire, destacou a essência do conto. “É uma história sobre uma princesa e um príncipe, sobre beleza e vaidade, sobre o amor e seu poder de nos ressuscitar da morte para a vida”, disse Boreing.

Boreing anunciou o novo projeto durante o lançamento da Bentkey, a nova marca de entretenimento infantil da Daily Wire, que almeja competir com o serviço Disney+.

“Faz pouco mais de um ano desde que a Disney, a empresa de entretenimento mais poderosa do mundo, foi pega dizendo em voz alta o que queria fazer com parte de seus personagens”, comentou Boreing. “Ou seja, eles estavam usando sua marca, uma marca a que os pais confiam os seus filhos há gerações, para doutrinar essas crianças no culto LGBTQIA.”

Boering se refere a imagens vazadas de uma reunião em que executivos da Disney planejavam introduzir 50% de seus personagens na pauta “LGBTQIA+”.

Controvérsia da nova produção da Disney

A escolha da Disney de uma atriz latina para interpretar o papel da Branca de Neve foi bastante controversa. Além disso, para adaptar a história a um novo contexto, houve mudanças, como a exclusão dos sete anões.

Segundo o portal ScreenRant, a decisão veio depois de uma crítica do ator Peter Dinklage, o Tyrion, de Game of Thrones. O artista elogiou a decisão de escalar uma atriz latina para o papel principal, mas acusou a trama de reforçar estereótipos sobre pessoas com nanismo.

“Vejam o que estão fazendo”, afirmou Dinklage. “Não faz sentido, você faz progresso de uma maneira, mas ainda está fazendo uma história retrógrada sobre sete anões vivendo em uma caverna juntos.”

Diante da crítica do ator, a Disney buscou alternativas para substituir os personagens. Dessa forma, decidiu-se que eles darão lugar a outras criaturas mágicas — e não vai mais se referir a anões.

Outras alterações da nova produção de Branca de Neve foram feitas para melhor retratar a ideia de “mulheres em papéis de poder”, afirmou Rachel Zegler à revista norte-americana Variety. A clássica frase dita ao espelho, “Existe alguém mais bela do que eu?”, se tornará “Alguém mais justa do que eu?”

“Quando começamos a reimaginar o papel da Branca de Neve, optamos pelo ‘mais justa de todos’”, disse a atriz, de 22 anos, que é natural do Estado norte-americano de Nova Jérsei e filha de uma colombiana. “O que significa que é por isso que ela pode se tornar uma líder fantástica.”