Caminhoneiros que estavam presos na passagem internacional de Paso Cristo Redentor, nos Andes da Argentina, conseguiram seguir viagem depois de 18 dias presos em pátios por causa da nevasca.
Cerca de 3 mil caminhoneiros, sendo 2 mil brasileiros, foram impedidos de atravessar a fronteira pelo alto risco de acidente nas vias.
A rodovia, que liga o Chile à Argentina, foi liberada depois de uma operação de limpeza feita pelo governo local, na manhã desta quarta-feira, 30. Retroescavadeiras foram usadas para a retirada de neve do asfalto.
A intensa nevasca não permitiu o início dos trabalhos de limpeza, segundo as autoridades argentinas. Por essa razão, a travessia demorou para ser desobstruída.
Caminhoneiros gaúchos iniciaram o trajeto de retorno para casa, nesta quarta-feira, depois da liberação da estrada. A rodovia de fronteira é utilizada para transporte de cargas entre os dois países.
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O desbloqueio do trânsito, no entanto, gerou intenso congestionamento no local.
“Estão liberando a passagem por setores”, declarou Fábio Costa, natural de Uruguaiana. “São muitos caminhões, tem muitas filas. Se Deus quiser, domingo estou em casa.”
Alimentação limitada ou nenhuma para os caminhoneiros presos em pátios
A estrada de Paso Cristo Redentor fica em um trecho remoto dos Andes, o que dificultou que os caminhoneiros se alimentassem nos dias parados na via. Por isso, foi montada uma cozinha de campanha para a entrega de alimentos.
Segundo o site MetSul Meteorologia, a nevasca foi originada depois de dois rios atmosféricos e uma frente fria atingirem o Chile nos últimos dias.
Com acumulados de precipitação extremos e inundações, ainda conforme o MetSul, a umidade se converteu em neve. O mau tempo já causou, desde a metade de agosto, ao menos três mortes e deixou mais de 34 mil pessoas isoladas.
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