Autoridades da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, alertam a população do Estado para a invasão de caracóis que carregam um parasita letal.
Em contato com o humano, a espécie caracol-maçã pode infectar o cérebro. Isso pode gerar meningite e até resultar na morte do cidadãos.
Nativo da América do Sul, o caracol-maçã está se alastrando pelas margens do Rio Lumber, no centro-sul da Carolina do Norte. Em contato com humanos, a toxina presente nos ovos da espécie também causa erupções cutâneas e até oculares.
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Além do verme pulmonar de rato (Angiostrongylus cantonensis), os caracóis-maçã são, ao mesmo tempo, portadores de parasitas nocivos, como vermes sanguíneos (Schistosoma spp.) e vermes intestinais (Echinostoma ilocanum).
O parasita pode causar fortes dores abdominais, aumento do fígado, sangue nas fezes ou na urina e dificuldade para urinar.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA alerta que uma infecção por vermes sanguíneos, ou esquistossomose, “pode persistir por anos”.
Caracóis que assolam a Carolina do Norte também prejudicam a agricultura
A Comissão de Recursos da Vida Selvagem da Carolina do Norte (NCWRC) avisa que não apenas a saúde da população, como também a agricultura local, corre sérios riscos com a invasão dos caracóis.
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De acordo com a comissão, os danos maiores ocorrem na cultura do arroz, bem como nas plantas nativas selvagens, essenciais para muitas espécies aquáticas.
“O parasita alimenta-se inclusive de ovos de anfíbios”, segundo autoridades da vida selvagem da Carolina do Norte.
De acordo com o Conselho de Espécies Invasoras do Havaí, essa espécie de caracol já foi responsável pela “perda de 100% das colheitas” em campos de arroz, em áreas das Filipinas.
“Se não controlarmos a infestação, o caracol-maçã pode dizimar as economias agrícolas locais”, avisou o conselho.
A instituição está lidando com o alastramento de invasões de caracóis-maçã no Pacífico e também ressalta que a praga é devastadora para a vida fluvial.
População ajuda a eliminar os parasitas
Diante do problema, autoridades apelam à população para rastrear o molusco, na tentativa de erradicar a espécie.
O primeiro passo é fotografar, registrar o local e imediatamente enviar o material para o NCWRC.
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Moradores da região receberam orientação também para esmagar os caracóis com algum objeto. No entanto, com o máximo de cuidado para não tocar nas massas rosadas dos ovos, que podem ser mortais.
“Depois de documentar a localização, as pessoas podem destruir as massas de ovos por esmagamento sempre que tiverem algum instrumento, como um remo de barco ou um pedaço de pau”, orientou o NCWRC.