Acostumamos a ver nos filmes sobre a Idade Média grandes batalhas entre cavaleiros de armadura montando em grandes cavalos. Aparentemente isso não corresponde à verdade. O tamanho dos cavalos mudou bastante ao longo dos anos. Atualmente eles medem em média 1,8 metro. Mas, no período medieval, os animais usados nas guerras tinham aproximadamente 15 palmos (unidade antiga equivalente a 10,16 centímetros). Ou seja, cerca de um metro e meio. Pouco maiores que os atuais pôneis, que mal passam do 1,4 metro.
Para a pesquisadora do Departamento de Arqueologia da Universidade de Exeter (Reino Unido), Helene Benkert, é difícil de identificar os cavalos da época. “Nem o tamanho, nem a robustez dos ossos dos membros por si só, são suficientes para identificar com confiança cavalos de guerra no registro arqueológico.”
Benkert, que é coautora de um estudo publicado na revista International Journal of Osteoarchaeology, ainda reforçou “É muito mais provável que ao longo do período medieval, em diferentes épocas, diferentes conformações dos animais fossem desejáveis em resposta às mudanças nas táticas de batalha e preferências culturais.”
Com o passar do tempo, os animais continuaram crescendo. Na Alta Idade Média (entre 1200 e 1350 d.C.) eles já estavam perto de 16 palmos (cerca de 1,6 metro) de altura. Quando a era medieval acabou, o tamanho médio dos cavalos chegou perto do que é observado nos cavalos de trabalho atuais.
Admiro muito alguns animais em seus modos de vida e nos seus relacionamentos com o homem, dentre eles os cavalos. Não sou estudioso dessa área mas posso trazer alguns dados. Coisas bem conhecidas.
Os cavalos têm presença de longa data nas guerras. Algumas citações podem ser encontradas na Ilíada de Homero, em que os gregos enfrentaram os habitantes da cidade de Troia, conhecidos pelo apego aos cavalos, e na história do rei macedônio Alexandre “O Grande” e seu famoso cavalo de batalha Bucéfalo.
Na Roma antiga havia a legendária “Legio decima Equestris”, criada por Júlio César na região da Península Ibérica em 61 aC, que posteriormente deu origem à “Legio decima Gemina”, uma legião que ainda existia no Século V, início da Idade Média.
O emprego do cavalo na batalha dava a vantagem do impacto físico sobre o inimigo e da velocidade de manobra para os comandantes. Isso era importante no enfrentamento de tropas e, portanto, exigia-se do cavalo que tivesse velocidade e presença imponente e assustadora, um requisito difícil de conciliar à imagem de um pequeno pônei moderno.
Nas Cruzadas, os cavaleiros medievais enfrentaram forças também equestres na Terra Santa, que usavam cavalos de raças diferentes das predominantes na Europa, que eram de boa altura.
No Século XV os conquistadores espanhóis invadiram a América com suas armaduras e seus cavalos, que aqui proliferaram, caíram no gosto dos nativos, e deram origem a raças americanas. Eram cavalos altos.
Os cavaleiros romanos da “X Legião Equestre” já usavam armaduras leves. No entanto, o combate que envolvia cavaleiros com as famosas e pesadas armaduras da Idade Média que temos na memória, tinha características diferentes. Uma delas, a dificuldade de montar e desmontar do pesado cavaleiro. Talvez em razão disso, a altura do animal tenha se tornado um problema, e animais fortes e de pequeno porte tenham também sido utilizados, mas é pouco provável que tenham sido predominantes.
O homem tbm tinha uma estatura menor.