Diante da diminuição drástica do fornecimento de gás pela Rússia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou, nesta quarta-feira 3, que “poderia fazer sentido” prolongar a exploração das três últimas usinas nucleares ativas na Alemanha. “Essas usinas são adequadas somente para a produção de energia elétrica e apenas para uma pequena parte dela”, mas “poderia fazer sentido mantê-las abertas”, considerou o chefe de governo.
A Alemanha planejava abandonar a produção de energia nuclear no fim de 2022, mas o temor de uma crise energética está fazendo o governo tomar a decisão. No mês passado, a estatal russa Gazprom reduziu para 20% o fornecimento de gás pelo gasoduto Nord Stream 1.
Especialistas já analisam a possível manutenção das usinas nucleares por mais tempo, e a decisão deve ser tomada nas próximas semanas. “Assim que os resultados do ‘teste de estresse’ forem divulgados, tiraremos as nossas conclusões”, disse o chanceler.
As três usinas nucleares ainda em operação — na Baviera, Baixa Saxônia e Baden-Württemberg — atualmente contribuem com 6% da produção líquida de eletricidade na Alemanha.
Scholz disse ainda que o desenvolvimento de energias renováveis, que supostamente substituirão a energia nuclear e o carvão, está sendo mais lento do que o esperado e muito desigual nas diferentes regiões do país e, por isso, é preciso pensar no prolongamento do uso das usinas nucleares ainda ativas.