O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, antecipou nesta sexta-feira, 23, que a taxa de juros nos Estados Unidos poderá ser cortada em breve.
“Chegou a hora de a política se ajustar”, disse o presidente do Banco Central dos Estados Unidos durante seu discurso no retiro anual do Fed em Jackson Hole, Wyoming. “A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes de taxas dependerão dos dados recebidos, da perspectiva em evolução e do equilíbrio de riscos.”
Com os mercados à espera de orientações sobre o rumo da política monetária, Powell concentrou sua fala principalmente sobre as causas da inflação que levou a uma série agressiva de 11 aumentos das taxas de juros de março de 2022 até julho de 2023.
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Atualmente a taxa básica de juros nos Estados Unidos está em sua máxima dos últimos 23 anos, em 5,25% – 5,50%.
Presidente do Fed salienta progressos na luta contra a inflação
No entanto, Powell salientou que a luta contra a inflação está apresentando progressos.
Por isso, disse, o Fed agora pode voltar a se concentrar no outro lado de seu mandato duplo, ou seja, buscar o pleno emprego da economia.
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“A inflação caiu significativamente. O mercado de trabalho não está mais superaquecido, e as condições agora são menos apertadas do que aquelas que prevaleciam antes da pandemia”, disse Powell. “As restrições de oferta se normalizaram. E o equilíbrio dos riscos para nossos dois mandatos mudou”.
O presidente do Fed prometeu que “faremos tudo o que pudermos” para garantir que o mercado de trabalho se mantenha forte e que a contenção da inflação continue.
Após a fala do Powell o mercado começou a apostar em pelo menos um corte da taxa de juros em 0,25 ponto porcentual em setembro.
A próxima decisão do Fed sobre os juros norte-americanos ocorrerá em meados de setembro, seis semanas antes da eleição presidencial nos EUA.
A economia, a inflação e os altos custos dos financiamentos bancários têm sido as principais preocupações dos eleitores norte-americanos, prejudicando os índices de aprovação do presidente Joe Biden.