Governo australiano quer investigação imparcial e independente sobre a origem da covid-19, que teve os primeiros casos registrados na China
O embaixador da China na Austrália, Cheng Jingye, ameaçou ontem um boicote chinês aos produtos australianos em entrevista ao jornal The Australian Financial Review.
A ameaça surge como resposta ao governo do primeiro-ministro australiano, o conservador Scott Morrison, que pediu que a Organização Mundial da Saúde (OMS) lance uma investigação independente sobre a origem da covid-19, que teve os primeiros casos registrados em Wuhan, na China.
A China é o maior comprador de produtos australianos, como minério de ferro, ouro, vinho e carne bovina. Somente em 2019, os chineses importaram mais de US$ 98,2 bilhões em produtos da Austrália.
Como informa a Gazeta do Povo, a chanceler da Austrália, Marise Payne, reagiu à ameaça chinesa e afirmou: “Rejeitamos que uma coerção econômica seja resposta apropriada a um pedido [de investigação sobre a origem do novo coronavírus], quando aquilo de que precisamos é cooperação global”.
O Ministério das Relações Exteriores da China também reagiu ao pedido de investigação da Austrália. “Algumas pessoas estão tentando exagerar. O pedido para investigação é inconsistente e ocorre em meio a uma atmosfera internacional de cooperação. Essas manobras políticas não serão bem-sucedidas”, protestou o governo chinês.
Nas últimas semanas, a imprensa internacional noticiou que a China está censurando estudos sobre a origem do coronavírus realizados no país. O prêmio Nobel e descobridor do HIV, Luc Montagnier, afirmou que o coronavírus foi criado em laboratório; o governo americano também desconfia disso.