No século 21, os Estados Unidos (EUA) perderam espaço como principais parceiros comerciais da América Latina, enquanto a China se consolidou como força econômica dominante na região, relata o Poder360.
Em 2000, os EUA lideravam o comércio exterior, mas em 2023, a China assumiu esse papel, especialmente no Brasil e na maioria dos países hispânicos, com exceção de Equador, Colômbia e Guiana.
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Em termos comerciais, o Brasil exportou US$ 104,3 bilhões para a China em 2023, o que representa 30,6% do total das exportações brasileiras. Foi o maior saldo positivo já registrado, de US$ 51,1 bilhões.
Em comparação, os EUA importaram US$ 37,1 bilhões do Brasil no mesmo ano. Em 2000, as exportações brasileiras para a China somavam apenas US$ 1,1 bilhão. A mudança foi significativa, conforme mostra análise do Poder360.
A Argentina também exemplifica essa transformação. Em 2000, o Brasil era o principal destino das exportações argentinas, seguido pelos EUA. Já em 2023, a China se tornou o maior parceiro comercial da Argentina fora da América Latina, com uma corrente de comércio de US$ 5,3 bilhões. Apesar disso, o Brasil ainda lidera como principal destino das exportações argentinas, com um fluxo de US$ 11,9 bilhões.
Além do comércio, a China investe pesadamente em infraestrutura em países como Peru, México, Colômbia e Venezuela, fortalecendo sua presença econômica e aumentando a dependência desses países.
Essa estratégia se insere no contexto geopolítico chinês, que busca acesso a matérias-primas e maior influência global, inclusive com o objetivo de isolar Taiwan, com quem 7 dos 11 países que reconhecem a ilha estão localizados na América Latina.
Enquanto isso, os EUA voltaram seu foco para questões internas e europeias, especialmente depois dos anos 2000. Mesmo iniciativas como o investimento de US$ 30 milhões em mineração anunciado por Joe Biden em 2024 têm impacto limitado na região, consolidando a perda de influência norte-americana para a China.
Interação Sul-Sul da China
Os EUA, desde os ataques de 11 de setembro de 2001, concentraram esforços em temas como a Guerra ao Terror, a recuperação da crise econômica de 2008 e o fortalecimento de laços com nações europeias.
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Essas prioridades estratégicas resultaram em uma diminuição da ênfase na América Latina. Tal lacuna abriu espaço para a aproximação de países da região com a China, que passou a desempenhar um papel central no fortalecimento do conceito de Sul Global. A postura chinesa reforçou alianças econômicas e diplomáticas com as nações latino-americanas.
Com a reeleição de Donald Trump, a política externa dos EUA tende a priorizar novamente questões domésticas, enquanto a China continua a expandir seu alcance na América Latina.
No primeiro mandato dele, os chineses já haviam firmado acordos comerciais com os países latino-americanos e reforçaram a interação Sul-Sul. Trata-se de um tipo de cooperação internacional entre países em desenvolvimento. O modelo se manteve com Joe Biden, apesar do já mencionado investimento em mineração.
Cabe notar que a América Latina tem sido governada pela esquerda, e a esquerda mostra sempre preferência em atirar-se nos braços da China, para fugir do que entende ser o imperialismo americano. Um caso extremo dessa preferência, é Cuba, que se livrou dos americanos para cair nos braços da antiga União Soviética. Hoje, Cuba se queixa que os EUA se isolaram dela e a boicotam, esquecendo que era a distância dos EUA que a revolução cubana almejava. Conseguiram. No caso da China, é ainda pior, já que é uma cultura extremamente diferente da nossa, com suas sopas de morcego e guisados de cachorro. Quanto às obras de infraestrutura que fazem, são obras faraônicas, caríssimas, muitas inúteis, mas que servem para endividar os países “beneficiados” para que fiquem com dívidas impagáveis e se submetam à China.