A agência de viagens da China Trip.com anunciou que vai dar dinheiro a colaboradores que tiverem filhos. A medida começou a valer no sábado 1º.
Os trabalhadores que estão na empresa há pelo menos três anos receberão anualmente um bônus de 10 mil iuanes (US$ 1,3 mil) para cada recém-nascido até o quinto ano de vida.
Todos os funcionários que estão na empresa nesse período serão incluídos no programa, independentemente de sexo, cargo ou local de trabalho, segundo o comunicado da empresa.
“Para reduzir os custos da família com a criação dos filhos e estimular mais jovens que desejam ter mais filhos, sempre sugeri que a China desse este tipo de bônus a pais e mães”, comentou James Liang, presidente-executivo da agência de viagens.
A Trip.com não é a primeira companhia a adotar a medida. Ainda no ano passado, a Beijing Dabeing Technology, uma empresa agrícola, disse que daria 90 mil iuanes (US$ 12 mil) aos colaboradores que resolvessem ter um terceiro filho.
No mês passado, a QiaoYin City Management, empresa de serviços de limpeza urbana, confirmou que ofereceu 100 mil iuanes (quase US$ 14 mil) às mulheres que dessem à luz pela terceira vez.
A diminuição na taxa de natalidade é a justificativa do Partido Comunista chinês para adotar o programa assistencialista. Segundo o próprio governo, a população passa por uma crise demográfica, que começou em 2022, primeira vez desde a fundação do Partido Comunista, em 1949.
China registra a menor taxa de natalidade em mais de 70 anos
Apesar das diversas tentativas feitas nos últimos anos pelo Partido Comunista Chinês para aumentar a taxa de natalidade no país, a China registrou o menor índice de nascimentos em mais de 70 anos, conforme dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas.
Em 2021, a taxa de natalidade ficou em 7,52 nascimentos por mil pessoas, a mais baixa desde 1949 — ano em que se estabeleceu o regime comunista, e o Gabinete Nacional de Estatísticas começou a contabilizar os dados no país. Em 2020, essa taxa estava na faixa de 8,52 nascimentos por mil pessoas.
Além disso, o aumento natural da população chinesa, que não inclui imigração, foi de apenas 0,034% no ano passado. Trata-se do menor registro desde 1960, segundo informações do departamento governamental.
“O desafio demográfico é bem conhecido, mas a velocidade de envelhecimento da população está claramente mais rápida do que era esperado”, informou o economista-chefe da Pinpoint Asset Management (empresa de gestão de investimentos), Zhiwei Zhang, em uma entrevista concedida ao site The Asahi Shimbun.
Com a população chinesa em idade ativa diminuindo, a principal pergunta que fica é essa: a China será capaz de cuidar de uma população que está ficando cada vez mais idosa? Para o especialista chinês em demografia Huang Wenzheng, o número de nascimentos ainda deve se manter na faixa de 10 milhões por algum tempo, antes de voltar a cair. Para Wenzheng, a taxa de natalidade vai se manter baixa enquanto não surgirem novas mudanças na política do país.
“Os avanços na carreira podem estar ligados ao fato de você ter filhos ou não; incentivos econômicos; ou até mesmo pagamentos diretos em dinheiro pela sociedade para cobrir o custo de criar uma família,” afirmou Wenzheng, em uma entrevista ao The Asahi Shimbun.
A China agora está pagando o que seus dirigentes imporão aos seus nacionais, durante décadas a família só podia ter um filho, liberaram o segundo, se engravidassem outra vez teriam severas punições, agora estão correndo atrás do prejuízo oferecendo benesses para o terceiro filho, mas quem paga tudo é a iniciativa privada, ou como queiram os capitalistas.
O país já é “o gafanhoto do mundo” que devora metade dos alimentos produzido no planeta, e ainda querem aumentar mais a população?