A companhia do Vale do Silício admitiu que reuniões realizadas em países ocidentais conectaram-se a “sistemas chineses” de data centers e roteadores de dados
O aplicativo de videoconferências Zoom, cuja utilização cresceu largamente desde o início da pandemia de coronavírus, teve dados de reuniões entre não-chineses trafegando em sistemas na China. O Zoom admitiu a “falha técnica” e informou que já corrigiu o problema.
A empresa do Vale do Silício tem grandes operações na China. Entre elas, um departamento de pesquisa e desenvolvimento com mais de 700 funcionários, instalado no país como medida de redução de custos. Como muitos dados de conferências de negócios e encontros sociais foram roteados por servidores chineses, é alta a possibilidade de que o regime autoritário de Pequim tenha acessado informações privadas e confidenciais.
O governo britânico utilizou o Zoom para reuniões estratégicas sobre a pandemia. A empresa garante que conferências governamentais não foram afetadas pelo problema técnico.
A pandemia expõe o alto risco de empreendimentos ocidentais no país tutelado pelo Partido Comunista. É possível que, nos próximos anos, negócios sensíveis a espionagem deixem a China para se instalar em países com regulação clara, regras de compliance e governança corporativa séria. Uma oportunidade para o Brasil.