A China revelou nesta última quinta-feira, 26, a existência de pelo menos dois novos aviões de combate de próxima geração. Imagens das aeronaves circularam de forma significativa nas redes sociais. O movimento causou espanto e surpresa entre analistas do mundo militar. Afinal, conteúdos desse tipo têm rigoroso controle por parte da ditadura comunista.
A onda de publicações começou cedo com um vídeo de um novo avião. O aparelho aparece ao lado da versão moderna de dois lugares do já operacional caça de quinta geração J-20. Os veículos sobrevoam Chengdu, cidade que sedia a fabricante de mesmo nome.
China investe em tecnologia “invisível”
O equipamento impressiona pelas dimensões. São asas em formato de diamante e sem estabilizadores verticais na cauda. A aparência é de um morcego. A tecnologia objetiva tornar o avião ‘invisível’ aos radares. Trata-se de uma estratégia similar presente nos bombardeiros B-2 e B-21, da Força Aérea dos Estados Unidos. O controle de voo ocorre por meio de cinco superfícies de operação nas bordas das asas.
Além disso, o avião, por seu porte e características, parece um modelo de ataque, chamado também de caça-bombardeiro. Com um trem de pouso traseiro com conjuntos de duas rodas cada, é provável que seja desenhado para um peso acima de 40 toneladas carregado, bem superior a modelos de caça.
Como a China desistiu da produção local do russo Su-34, em plena atividade na Guerra da Ucrânia, o voo sugere que Pequim não abandonou o conceito. Os únicos bombardeiros estratégicos para ataques nucleares do país são os H-6K, versões modernizadas dos antigos Tupolev Tu-16 soviéticos.
Velocidade 5 vezes acima do som
Outra característica notável é a presença – a considerar pelas entradas de ar do avião – de três motores, numa configuração incomum. Dois parecem estar sob a barriga da aeronave, enquanto um terceiro fica na parte central, com a tomada de ar da turbina na parte dorsal do equipamento.
Especula-se que o avião voe com uma turbina em regime subsônico, acionando as outras duas para ir além da velocidade do som. Ou ainda mais que isso, aproximando o modelo do limiar do hipersônico (cinco vezes acima do som) quando e se tiver seu desenho refinado.
Não se sabe nada mais sobre o avião, apesar de seu desenvolvimento não ser segredo. A China manteve o foco em novos aviões da chamada sexta geração, mas ter um protótipo voando a coloca à frente dos Estados Unidos no campo.
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A exibição chinesa de novas tecnologias militares ocorre coincidentemente depois de críticas de Elon Musk em relação ao programa norte-americano do caça de quinta geração F-35. O dono da SpaceX diz que o projeto apresenta tecnologia defeituosa. Musk, inclusive, chamou os construtores do F-35, a Lockheed Martin, de “idiotas” e sugeriu que os caças tripulados deveriam ser substituídos por drones.