Ross Douthat, analista político norte-americano, escritor e colunista do jornal New York Times, afirma que “policiamento ideológico da esquerda com onda progressista só vai piorar”.
Em texto traduzido pelo jornal O Estado de S. Paulo, Douthat explica que o auge da cultura woke — termo usado para se referir à agenda da esquerda progressista nos Estados Unidos —, especialmente no mundo empresarial, já passou. Por outro lado, o policiamento ideológico esquerdista vai piorar ainda mais, principalmente na comunidade acadêmica.
Para mostrar exemplificar como o auge da cultura woke já passou, o colunista do New York Times ressalta a notícia de que o Centro de Pesquisa Antirracista de Kendi, na Universidade de Boston, demitirá de 15 a 20 funcionários. Esse centro foi financiado com a ajuda de Jack Dorsey, fundador do Twitter.
Revolução woke chegou ao fim, mas policiamento ideológico da esquerda vai piorar
“A revolução chegou ao fim”, constata Douthat. “A onda de cancelamentos, renúncias e remoções de monumentos públicos diminuiu. As tentativas de usar o ‘capital woke’ para promover mudanças progressistas encontraram forte resistência, e as empresas estão perdendo entusiasmo por um papel de vanguarda”.
O progressismo também está perdendo espaço na mídia. Segundo Douthat, os jornalistas dos Estados Unidos estão ficando mais críticos e mais céticos em relação à agenda woke. Mas, no mundo acadêmico, o progressismo só se fortalece.
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Yoel Inbar, um professor de psicologia, perdeu um emprego na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) depois de um grupo de estudantes da pós-graduação protestar contra sua oposição aos requisitos de “diversidade, equidade e inclusão”.
O detalhe é que Inbar também é progressista, e havia preenchido sua declaração de apoio. Porém, para os estudantes, sua mera conformidade ideológica foi insuficiente. O fato dele ter criticado a prática da declaração ideológica o tornou “ideologicamente inaceitável”.
“Se os progressistas aceitam juramentos de lealdade em condições calmas, o que eles aceitarão em uma emergência?”, pergunta Douthat. “Provavelmente, aceitarão demais —nesse caso, o próximo pico de wokeness será mais alto, a próxima revolução, mais completa.”