O jornal norte-americano The New York Times selecionou as fotos que marcaram o ano de 2024 nesta quinta-feira, 19. Intitulado como “Longe do Comum”, a lista “traz as fotos mais poderosas, evocativas e marcantes da história de 2024”, ano “composto de momentos tão extraordinários”.
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O primeiro caso abordado pelo jornal é o atentado cometido contra Donald Trump, nos Estados Unidos. “Quando tiros foram disparados em um comício de campanha do ex-presidente Donald J. Trump em uma noite de julho, em Butler, Pensilvânia, o veterano fotógrafo do The New York Times, Doug Mills, estava a poucos metros dele”, relata.
“Enquanto o Serviço Secreto corria em direção ao sr. Trump, o coração de Mills disparou ao perceber o que estava acontecendo”, conta. “Então, o instinto assumiu. Mills continuou tirando fotos, com uma velocidade extremamente rápida de obturador de um oito-milésimo de segundo, capturando uma imagem que ilustra a magnitude daquele momento: Trump, com o rosto marcado de sangue e o punho erguido em desafio.”
Fatos relacionados ao Brasil também ganharam espaço na retrospectiva do jornal. Em 29 de julho, o fotógrafo Jerome Brouillet registrou a celebração do surfista Gabriel Medina, durante os Jogos Olímpicos de Paris. Na ocasião, o brasileiro obteve a maior pontuação de onda única na história das Olimpíadas, com 9.90, e avançou para as quartas de final.
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“Sabia, assim como outros fotógrafos de surfe, que Gabriel adora Teahupo’o [praia onde a prova foi realizada] e geralmente comemora no final de grandes manobras, e foi isso que ele fez”, revelou Brouillet. “A parte difícil da foto foi que, quando ele estava prestes a sair da onda, fiquei totalmente cego, pois a onda passou atrás do barco nesse momento.”
Outro evento destacado foi a queda do voo VoePass 2283, quando um avião de passageiros com destino a São Paulo caiu de uma altura de 17 mil pés e matou todas as 62 pessoas a bordo. A água supercongelada presente nas nuvens enfrentadas pelo avião pode ter aderido às suas asas e se transformado em gelo, o que afetou sua aerodinâmica.
A retrospectiva em fotos do New York Times
- Janeiro: Na fronteira entre os EUA e o México, foram instaladas fontes de água para ajudar migrantes presos no deserto. Na Ucrânia, o conflito com a Rússia trouxe imagens devastadoras de mortes e feridos em meio à guerra. Na Faixa de Gaza, a destruição de casas e a crise humanitária agravaram o sofrimento da população.
- Fevereiro: Em Los Angeles, trabalhadores se prepararam para fortes chuvas com lonas plásticas. Em Gaza, crianças gravemente feridas foram levadas à Itália para tratamento, e um quarto da população enfrentava condições de fome extrema. Na Rússia, homenagens ao líder opositor Aleksei Navalny ocorreram depois de sua morte na prisão.
- Março: Em Baltimore, o colapso dos sistemas operacionais do cargueiro Dali resultou em sua colisão com a ponte Francis Scott Key, o que causou seis mortes. Em Nova York, um armazém em Brooklyn foi convertido em abrigo para acomodar milhares de migrantes venezuelanos, o que reflete a crescente crise migratória na cidade.
- Abril: Em Gaza, a ajuda humanitária foi lançada de aviões para enfrentar os desafios logísticos da região. Em Los Angeles, manifestantes pró-palestinos acamparam na Universidade da Califórnia, onde foram ameaçados de punições enquanto suas manifestações persistiram. Em Taiwan, um terremoto de magnitude 7,4 causou mortes e ferimentos significativos.
- Maio: Em Manhattan, Donald Trump foi condenado por encobrir um escândalo sexual e se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado por crimes. Na Ucrânia, o avanço russo forçou milhares a evacuarem, enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu mais apoio militar de Estados Unidos e Europa.
- Junho: Nos Estados Unidos, o primeiro debate presidencial entre o presidente Biden e o ex-presidente Trump evidenciou a falta de reação de Biden, o que gerou preocupações sobre sua idade. Em Parkland, Flórida, o local da tragédia da escola Marjory Stoneman Douglas foi demolido seis anos depois do massacre.
- Julho: Na Venezuela, a líder oposicionista María Corina Machado angariou apoio à sua candidatura contra o ditador Nicolás Maduro. Nos Estados Unidos, um atentado contra a vida de Donald Trump em Butler, Pensilvânia, levantou alertas sobre a violência política.
- Agosto: Nos Jogos Olímpicos de Paris, o break dance estreou como esporte olímpico, com a japonesa Ami Yuasa laureada com a primeira medalha de ouro. Em Chicago, Kamala Harris aceitou a indicação de sua candidatura à presidência, depois da saída de Joe Biden da corrida.
- Setembro: O furacão Helene causou destruição nos Estados Unidos, com inundações catastróficas. Em Beirute, o Hezbollah sofreu ataques explosivos e famílias libanesas buscavam refúgio em praias depois de bombardeios israelenses.
- Outubro: Em Gaza, a incursão israelense deixou muitos feridos, com relatos de crianças que sofreram mutilações. O furacão Milton trouxe mais destruição para a Flórida, enquanto a tragédia das bombas israelenses no Líbano devastava bairros inteiros.
- Novembro: Donald Trump foi declarado vencedor das eleições nos Estados Unidos. Fora do contexto eleitoral, houve manifestações como a marcha contra o aborto em Boston, onde manifestantes e contra-manifestantes entraram em confronto.
- Dezembro: Rebeldes islamitas derrubaram o regime ditatorial de Bashar al-Assad, um momento de alívio e celebração para muitos sírios. Nos Estados Unidos, um caso de homicídio contra o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, trouxe à tona o nome de Luigi Mangione, acusado por seu assassinato.
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