Mesmo tendo acabado com a duradoura política do “filho único” em 2016, a China não tem conseguido aumentar a taxa de natalidade. No ano passado, o Partido Comunista Chinês permitiu que as famílias tivessem até três filhos. Mas nada surtiu efeito. No começo deste mês, especialistas alertaram para um possível declínio populacional a partir de 2025. Por isso, nesta terça-feira, 16, o Ministério da Saúde pediu às autoridades centrais e locais que gastem mais para incentivar as famílias a terem mais filhos.
Em meio a uma crise econômica, com o envelhecimento da força de trabalho e o possível decréscimo populacional, o governo vai pôr em prática medidas para apoiar ativamente a fertilidade, que incluem subsídios, deduções fiscais e melhores seguros de saúde, além de auxílios na educação, na habitação e no emprego para as famílias. As províncias chinesas também devem garantir número suficiente de creches até o fim do ano para crianças de 2 a 3 anos.
As cidades mais ricas da China já introduziram empréstimos para habitação, incentivos fiscais, auxílios educacionais e até subsídios para encorajar as mulheres a terem mais filhos. As diretrizes publicadas nesta terça-feira parecem querer estender essa política a todo o território.
A taxa de natalidade da China caiu no ano passado para 7,52 nascimentos por mil pessoas, a menor desde o início da série estatística, em 1949, ano em que o Partido Comunista foi fundado, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas. O aumento do custo de vida e uma mudança cultural em favor de famílias menores estão entre os motivos citados para esse declínio nos nascimentos.