Um fóssil descoberto no Brasil revela detalhes sobre a anatomia, biologia e evolução do “tataravô” dos dinossauros e dos pterossauros.
O estudo foi realizado por pesquisadores brasileiros, argentinos e norte-americanos. O material a respeito foi publicado na revista Nature, na quarta-feira 16.
Batizada Venetoraptor gassenae, a nova espécie apresenta uma combinação entre um bico típico de aves predatórias e patas dianteiras muito grandes, com garras longas e afiadas.
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Em 2022, o fóssil havia sido encontrado no Geoparque Quarta Colônia, em São João do Polesine, no Rio Grande do Sul, pelo paleontólogo Rodrigo Temp Muller, da Universidade Federal de Santa Maria.
Características do “tataravô” dos dinossauros
O “tataravô” dos dinossauros provavelmente media por volta de um metro de comprimento e viveu há cerca de 230 milhões de anos. O animal pertencia a um grupo extinto de répteis — chamado Lagerpetidae.
Os animais desse grupo são considerados os parentes mais próximos dos pterossauros, répteis voadores que habitaram na Terra junto com os dinossauros. Diferentemente dos pterossauros, o Venetoraptor não tinha asas.
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O ancestral dos dinossauros pesava de 4 a 8 quilos; De acordo com o estudo, o Venetoraptor tinha uma postura bípede (caminhar sobre as duas patas) e deixava as patas dianteiras livres para caçar ou escalar.
O bico antecede alguns dinossauros em cerca de 80 milhões de anos. Nas aves modernas, os bicos semelhantes possuem funções como rasgar a carne ou consumir frutas muito duras.
O nome Venetoraptor significa “o raptor do Vale Vêneto”, em alusão à localidade turística do município gaúcho onde foi encontrado.
O termo gassenae é uma homenagem a Valserina Maria Bulegon Gassen, uma das criadoras do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, onde o fóssil está atualmente.