O governo do ditador Nicolás Maduro registra 106 casos de coronavírus, mas a oposição afirma que o número é maior
Os casos de coronavírus na Venezuela são um perigo para toda a região se não forem controlados, alertou nesta quinta-feira, 26, uma autoridade do Departamento de Estado norte-americano.
Segundo a vice-secretária de Estado norte-americano para Cuba e Venezuela, Carrie Filipetti, a situação no país sul-americano é “extremamente nefasta”.
“Se o país não puder lidar com a covid-19, a doença irá para o Brasil, a Colômbia e toda a região circundante, como estamos vendo com a crise de refugiados”, declarou ela em videoconferência organizada pelo Conselho das Américas.
O sistema de saúde é precário na Venezuela, e a maioria da população não tem acesso contínuo a água e sabão.
Como destaca a reportagem da agência France-Presse, a pandemia chega a uma Venezuela mergulhada em uma crise política e com a economia devastada por seis anos consecutivos de recessão, inflação galopante e violenta depreciação da moeda local.
Na mesma videoconferência, o coordenador do grupo de trabalho sobre migrantes e refugiados da Organização dos Estados Americanos, David Smolansky, disse que a Venezuela possui apenas 84 leitos em unidades de terapia intensiva para uma população de cerca de 30 milhões de pessoas.
“Isso significa que, no minuto em que a Venezuela chegar a mais de 1.500 casos, não terá capacidade para lidar com essa crise”, disse ele.
A deputada Manuela Bolívar, da Assembleia Nacional venezuelana, disse que a situação no país é grave. “Um em cada três venezuelanos não tem comida todo dia. […] Ou você sai e tenta conseguir alguma comida, ou fica em confinamento e morre de fome”, advertiu a deputada. “Não podemos esperar que gente nessa condição fique em casa”.
O governo do ditador Nicolás Maduro registra 106 casos de coronavírus em todo o país, mas o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó assegura que o número é maior.