Enquanto cristãos se reuniam na Igreja Católica de São Francisco Xavier, em Owo, no sudoeste da Nigéria, homens armados invadiram o local e fizeram vários disparos. Pelo menos 50 paroquianos, incluindo crianças, foram mortos.
Como mostra artigo publicado no The Wall Street Journal, as ondas de choque desse massacre estão reverberando na comunidade cristã da Nigéria, que ainda se recupera de uma enxurrada de violência recente no país. “Quatro semanas atrás, uma multidão de estudantes muçulmanos espancou até a morte Deborah Samuel, uma jovem cristã acusada de ofender o Islã por ter compartilhado, no WhatsApp, a seguinte mensagem: ‘Jesus Cristo é o maior. Ele me ajudou a passar nos meus exames’”, relatou David Curry, integrante da Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional.
Duas semanas depois, em 25 de maio, o reverendo Stephen Ojapa e seu assistente foram sequestrados por pistoleiros. O paradeiro de ambos os religiosos é desconhecido, e outros líderes cristãos sequestrados em circunstâncias semelhantes morreram em cativeiro.
“Minha organização, a Open Doors USA, classifica os países mais hostis aos cristãos”, diz Curry. “A Nigéria é a sétima da lista. Embora ponha poucas restrições à adoração, o país ainda ocupa o primeiro lugar no ranking de regiões onde os cristãos mais morrem pela fé. Nosso relatório anual mais recente documentou a morte de 4.650 cristãos na Nigéria em 2021 — mais de um a cada duas horas. A violência não mostra sinais de abatimento neste ano.”
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A Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional recomenda desde 2009 que a Nigéria seja adicionada à lista de “País de Preocupação Particular” de Washington. Essa lista é uma ferramenta importante para identificar os piores infratores da liberdade religiosa em todo o mundo. Em dezembro de 2020, o ex-presidente Donald Trump seguiu a recomendação. No ano seguinte, contudo, o presidente Joe Biden reverteu a decisão. O democrata tirou a Nigéria da lista horas antes de o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, desembarcar no país africano para reuniões oficiais.
“Na semana passada, o Departamento de Estado divulgou o relatório anual sobre a liberdade religiosa internacional, com destaque para uma série de incidentes violentos perpetrados contra comunidades religiosas na Nigéria”, escreveu Curry. “De acordo com a Lei Internacional de Liberdade Religiosa, o presidente dos EUA tem 90 dias, a partir da emissão do relatório, para designar os países de particular preocupação. Dada a carnificina na Igreja de São Francisco Xavier, Biden deve inserir a Nigéria imediatamente.”
Como mostra o artigo, esse é apenas o primeiro passo. Uma designação exige que o presidente, com algumas ressalvas, aplique sanções aos infratores. No entanto, nos 24 anos desde que a Lei Internacional de Liberdade Religiosa foi aprovada, nenhum presidente impôs sanções significativas contra um país por causa de violações das liberdades religiosas.
“Biden tem a oportunidade de enviar um sinal claro de que os EUA não vão ficar parados, enquanto os fiéis inocentes são perseguidos”, observou Curry. “Ele deve fazer a redesignação e impor sanções sem demora.”
Leia mais: “O mal prova a existência de Deus”, entrevista com William Lane Craig publicada na Edição 71 da Revista Oeste
Faz muito tempo.
Me chamou atenção um jornalista da Jovem Pan, um tal Eliseu Caetano, dando a notícia assim : “Na Nigéria, 50 pessoas foram mortas em uma igreja por alguns extremistas”. O jornalista militante não teve a coragem de dizer que era uma igreja católica e que eram extremistas islâmicos. E mais, os apresentadores do jornal da manhã nem tiveram a honestidade de corrigir a matéria.