Um tribunal do Palácio da Justiça de Paris, na França, condenou na quarta-feira 29 um grupo de 20 homens acusados pelas mortes de 130 pessoas em atentados terroristas na capital francesa, em novembro de 2015.
A casa de shows Bataclan, seis bares e restaurantes na região central e a área do entorno do Stade de France, o maior estádio de futebol de Paris, foram alvos de ataques coordenados com a utilização de bombas e armas de fogo.
O principal acusado, Salah Abdelslam, foi condenado à prisão perpétua por acusações de terrorismo, assassinato, e por integrar uma organização terrorista, afirmou o juiz Jean-Louis Périès.
Ele não terá direito a liberdade condicional durante um período de 30 anos após o início da sentença. Até hoje, essa pena havia sido imposta em apenas quatro ocasiões.
Abdelslam, de 32 anos, é tido como o único integrante ainda vivo do grupo que realizou os atentados do dia 13 de novembro de 2015.
No início do julgamento, ele se autodeclarou um “soldado” da organização terrorista Estado Islâmico, que reivindicou a autoria dos ataques.
Durante o julgamento, ele declarou que decidiu no último minuto não detonar seu colete explosivo. Mas as investigações e as audiências no tribunal sugerem outra hipótese. Segundo o juiz, a corte concluiu que o colete explosivo não funcionou.
Périès afirmou que “todos os réus foram considerados culpados de todas as acusações”, com a exceção da acusação de terrorismo contra um dos suspeitos de menor expressão.
Dez meses de julgamento
Além de Abdelslam, outros 13 réus, dez dos quais estão sob custódia das autoridades, estiveram no tribunal durante os dez meses do julgamento para responder a acusações de colaboração com terroristas, através do fornecimento de armas ou veículos, ou por terem participado dos ataques.
Outros seis acusados foram julgados à revelia. Acredita-se que cinco tenham morrido na Síria desde 2015. Outro suspeito está preso na Turquia, também por acusações de terrorismo.
No dia dos ataques, nove terroristas morreram ao detonar explosivos em atentados suicidas ou através da ação policial.