Nesta terça-feira, 24, a ditadura de Daniel Ortega extinguiu a ordem dos Frades Menores Franciscanos e outras 16 organizações ligadas à Igreja Católica e a denominações evangélicas.
Com isso, os bens e imóveis das organizações serão tomados pela ditadura socialista. O Diário Oficial do regime apresentou como justificativa que as entidades não informaram fontes de financiamento e detalhes de doações.
A Nicarágua está entre os 50 países da lista mundial de perseguição aos cristãos publicada pelo Portas Abertas, organização que presta assistência a cristãos perseguidos em todo o mundo.
A perseguição aos cristãos na Nicarágua
O Portas Abertas descreve o tipo de perseguição da Nicarágua como “paranoia ditatorial”. “Cristãos são presos e condenados arbitrariamente”, explica o Portas Abertas. “O objetivo é calar os cristãos e fazê-los perder credibilidade diante da população.”
A dissolução das 16 organizações cristãs é mais um ataque da série de perseguição emplacada por Daniel Ortega. Em maio, a ditadura tomou a escola católica Santa Luisa de Marillac, a única escola secundária do município de San Sebastián de Yalí. Três freiras foram expulsas.
O Instituto Técnico Santa Luisa de Marillac tinha cerca de 100 alunos e era administrado por freiras, da Congregação das Filhas de Santa Luísa de Marillac no Espírito Santo, fundada em 1992.
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O regime de Ortega também acusou a Igreja da Nicarágua de lavagem de dinheiro e congelou um número desconhecido de contas bancárias.
A ditadura da Nicarágua também prendeu padres. Ortega já classificou os bispos da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) como “terroristas”. Ele acusa a Igreja Católica de ter apoiado os protestos contra o seu regime em 2018.
Os cristãos já nem podem fazer procissões de Páscoa na Nicarágua. Ortega também fechou a Cruz Vermelha e confiscou seus bens. Outras 2 mil organizações privadas foram proibidas, incluindo sindicatos empresariais e universidades católicas.