Uma equipe de paleontólogos descobriu que uma doença óssea nos tigres dentes-de-sabre e nos lobos-terríveis teria sido um dos principais motivos para a extinção de ambas as espécies.
Os pesquisadores acreditam que, à época, a mudança do clima pode ter cooperado para a formação da enfermidade.
Em artigo publicado no jornal PLoS One, em 12 de julho, os pesquisadores escreveram que, com a mudança climáica, os ossos dos animais ficaram cheios de defeitos ligados à osteocondrite dissecante (OCD) — uma doença em que se formam orifícios ósseos causados por tecido em desenvolvimento que nunca chegou a endurecer.
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Em um animal vivo, os orifícios são preenchidos por abas de cartilagem, o que pode resultar em inflamação dolorosa. De acordo com os especialistas, as novas evidências sugerem que essa enfermidade pode afetar cães e gatos modernos — e até mesmo humanos.
Doença óssea descoberta nos fósseis de tigres dentes-de-sabre
Os pesquisadores visitaram o sítio de pesquisas paleontológicas La Brea Tar Pits, em Los Angeles, em 2022, para estudar se os tigres dentes-de-sabre e os lobos-terríveis sofriam de doenças dos ligamentos cruzados.
No entanto, algo chamou atenção deles: reentrâncias de tamanhos diversos espalhadas pelas articulações dos joelhos e dos ombros desses carnívoros antigos.
Os paleontólogos notaram esses defeitos, “mas ninguém havia percebido que elas talvez fossem lesões ósseas sofridas em vida, e não pós-morte”. É o que disse Hugo Schmokel, cirurgião ortopédico veterinário residente e um dos autores do estudo.
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Schmokel e sua equipe examinaram mais de mil ossos de membros desses animais. Os cientistas descobriram que 6% dos ossos dos membros de tigres dentes-de-sabre adultos, jovens e filhotes apresentavam reentrâncias que mediam menos de sete milímetros.
Além disso, 3% dos lobos-terríveis adultos jovens e filhotes também tinham defeitos semelhantes na articulação do joelho, que mediam mais de 12 milímetros.
Pequenos problemas articulares nos ombros eram mais comuns nos lobos. Alguns poucos membros de animais adultos, mas nenhum de filhotes, revelavam sinais de osteoartrite — doença articular degenerativa que pode ser decorrente de OCD.