Adversário do ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, Edmundo González deixou a Venezuela na noite deste sábado, 7. Autoridades locais divulgaram a informação na madrugada deste domingo, 8.
Na última segunda-feira, 2, a Justiça venezuelana havia decretado a prisão de González. Ele representou a coalizão opositora no pleito, que manteve Maduro no poder sob suspeitas de fraude.
A vice-presidente do país, Delcy Rodríguez, anunciou a saída de González, e o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, confirmou a informação. O opositor de Maduro deixou a Venezuela depois de solicitar asilo à diplomacia espanhola.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
“Hoje [7 de setembro], saiu do país o cidadão da oposição Edmundo González Urrutia”, informou Rodríguez pelas redes sociais. “Depois de se refugiar voluntariamente durante vários dias na embaixada da Espanha em Caracas, solicitou o processamento de asilo político a esse governo.”
Depois de negociações entre os dois governos, a Venezuela concedeu o salvo-conduto necessário. A medida visa a garantia da tranquilidade e da paz política no país, segundo o comunicado oficial.
O ministro José Manuel Albares informou, em uma publicação no X/Twitter, que González embarcou em uma aeronave da Força Aérea Espanhola. “O governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos.”
Leia mais:
González estava escondido desde 30 de julho e era procurado pela Justiça venezuelana. A ditadura bolivariana o acusa de conspiração, usurpação de funções, incitação à rebelião e sabotagem. Essas acusações surgiram depois que ele publicou na internet atas eleitorais que, segundo a oposição à ditadura de Maduro, confirmariam sua vitória.
Nicolás Maduro se recusa a divulgar atas eleitorais
Mesmo depois das eleições de 28 de julho, Maduro ainda se recusa a divulgar as atas eleitorais oficiais. Esses documentos seriam necessários para legitimar sua reeleição.
A oposição, liderada por María Corina Machado, afirma que as atas divulgadas em uma plataforma extraoficial comprovam a vitória de González com mais de 60% dos votos.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela justifica a não divulgação dos resultados alegando uma tentativa de ataque hacker ao sistema eleitoral. A proclamação de Maduro desencadeou protestos em todo o país, que resultaram em 27 mortes, 192 feridos e 2,4 mil detenções. Entre os detidos, há mais de cem menores de idade.
Maduro culpa María Corina Machado e Edmundo González pela onda de violência. O ditador exige prender ambos.
Leia também: “Ditadura escancarada”, reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 230 da Revista Oeste
Venezuela acabou. Brasilzão caminhando pro mesmo destino.
As eleições na Venezuela foram iguais ao último show do Michael Jackson, ninguém assistiu !
E assim a Venezuela dá mais um passo rumo ao abismo.
Acorda Brasil enquanto é tempo…