Depois das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao impedimento da candidatura da opositora Corina Yoris — aliada da ex-deputada María Corina Machado — para as eleições na Venezuela, diplomatas da embaixada venezuelana no Brasil pediram uma reunião com o petista.
Segundo informações publicadas pela revista Veja na sexta-feira 29, o embaixador venezuelano Manuel Vadell fez uma ligação ao Palácio do Planalto na quarta-feira 27 para realizar a requisição do encontro. Espera-se que o assessor especial da Presidência Celso Amorim se reúna com Vadell nos próximos dias. O encontro ainda não tem data precisa.
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Na quinta-feira 28, Lula afirmou que o fato de Corina não ter conseguido se registrar como candidata é “grave”. Ele, no entanto, continuou a minimizar o fato de María Corina ter sido proibida pelo “TSE” da Venezuela de concorrer à Presidência. “O fato de uma candidata não poder disputar a eleição não era um agravante”, disse. “Aqui, no Brasil, eu fui proibido de disputar, quando era líder em todas as pesquisas eleitorais. Indiquei o Haddad. Perdemos. Mas faz parte.”
Sobre Corina Yoris, Lula disse que achou “positivo” María Corina tê-la escolhido. Corina, contudo, não conseguiu se cadastrar na Justiça Eleitoral daquele país, por problemas técnicos aos quais ela atribuiu à ditadura chavista.
Itamaraty criticou processo eleitoral da Venezuela
Na terça-feira 26, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota expressando “preocupação” com as eleições na Venezuela.
“Esgotado o prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas, na noite de ontem, 25/3, o governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país”, diz o documento do Itamaraty. “Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial.”
Em resposta, o governo do ditador Nicolás Maduro classificou o posicionamento do Ministério das Relações Exteriores como “cinzento e intervencionista”.
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O repúdio, assinado pelo Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela e redigido em português, foi publicado pelo chanceler venezuelano, Yvan Gil, no mesmo dia em que foi divulgada a nota do governo brasileiro.
Para a diplomacia comunista de Maduro, o texto da chancelaria brasileira “parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”. O comunicado direciona suas críticas aos funcionários do Itamaraty.
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