Alguns dias depois de manifestar abertamente sua resistência à adesão da Suécia e da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, conversou no sábado 21 de maio com os líderes de ambos os países.
Estocolmo e Helsinki oficializaram o pedido de entrada na aliança militar ocidental nesta semana, como resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. Ankara, que mantém relação próxima com o Kremlin, alega que os postulantes à Otan abrigam pessoas ligadas a grupos terroristas.
Segundo a agência turca Anadolu, Erdogan disse à primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, que espera medidas concretas em relação a suas preocupações com as organizações que Ankara considera terroristas. De acordo com essa versão, o país abriga militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seguidores do clérigo Fethullah Gulen, acusado de orquestrar um golpe de Estado em 2016.
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Erdogan também exige o fim de um embargo de exportação de armas imposto por Estocolmo em 2019. Anderson, por sua vez, disse que espera fortalecer as relações bilaterais em temas como “paz, segurança e luta contra o terrorismo”.
Já o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, informou ter tido uma conversa “aberta e direta” com o líder turco. “Afirmei que, como aliados da Otan, a Finlândia e a Turquia se comprometerão com a segurança uma da outra”, tuitou. “A Finlândia condena o terrorismo em todas as suas formas e manifestações. O diálogo continua.”
Ankara repetiu aos finlandeses aquilo que havia dito aos suecos: Helsinki faz vista grossa e não combate os terroristas perigosos que estão no país. Isso, segundo Erdogan, não condiz com a postura de um integrante da Otan.
A decisão sobre os pedidos da Suécia e da Finlândia deverá ocorrer em junho, quando a cúpula da aliança militar deverá se encontrar em Madri, na Espanha.