Escolha de Biden é entre ‘semifascismo e socialismo’

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está obcecado com o termo “MAGA”, que impulsionou a candidatura do ex-presidente Donald Trump à Casa Branca. A sigla, detestada pelo democrata, significa “Make America Great Again”, ou, em português, “Fazer a América Grande Novamente”.

Biden escolheu o Parque Histórico Nacional da Independência, na Filadélfia, para fazer um discurso badalado sobre o MAGA. Ele qualificou essa ideia como “semifascista”.

“É preciso admitir que ‘MAGA’ soa estranhamente sinistro”, escreveu o colunista Daniel Henninger, no The Wall Street Journal. “Mas Biden certamente sabe — ou talvez não saiba — que MAGA significa Make America Great Again. O que há de errado para não gostar disso?”

O fim de semana do Dia do Trabalho, data do discurso de Biden contra republicanos, marca o acirramento da disputa para as eleições de meio de mandato. Enquanto isso, o Departamento de Justiça mantém o noticiário abastecido com peças da operação do FBI em Mar-a-Lago. “Estamos em um ciclo eleitoral”, afirmou Henninger. “Então, os democratas lançam o monólito Donald Trump para assustar a população.”

Relacionadas

“Biden concorreu e venceu como moderado”, observou Henninger. “Mas as políticas de sua Presidência não foram moderadas. Os dois principais moderados do Partido Democrata são os senadores Joe Manchin e Kyrsten Sinema, que passaram a maior parte dos últimos dois anos se opondo aos objetivos políticos de Biden, que rapidamente se tornaram contíguos com os ‘progressistas’ do partido contra os quais Biden concorreu — Bernie Sanders e Elizabeth Warren.”

Para Biden, tratar dos problemas imediatos do país — inflação alta, distorções no mercado de trabalho, impedimentos na cadeia de suprimentos — é uma preocupação secundária, na melhor das hipóteses. Em vez disso, o democrata está implementando políticas que visam a objetivos de longo prazo, como aquelas que envolvem saúde, clima e educação.

“A nova legislação permitirá que o Medicare [agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos] introduza controles de preços de produtos farmacêuticos”, argumentou o colunista. “Seu projeto gasta US$ 369 bilhões para atingir metas climáticas no futuro distante, com créditos fiscais para veículos elétricos e subsídios federais para energias renováveis.”

Biden, ao deixar escapar em um discurso que grande parte do país é “semifascista”, abriu a porta para que os norte-americanos discutam se o presidente do país é “semissocialista”.