Pela primeira vez desde 7 de outubro, quando o conflito entre Israel e terroristas do Hamas teve início, grupos de estrangeiros deixam a Faixa de Gaza. Nesta quarta-feira, 1º, cerca de 500 pessoas foram liberadas para cruzarem a Passagem de Rafah, na fronteira do território palestino com o Egito.
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De acordo com as informações da imprensa internacional, a saída de estrangeiros ocorre a partir de acordo moderado pelo Catar com representantes de Israel e do Hamas, grupo extremista que controla a Faixa de Gaza desde 2007. Autoridades do Egito, país que num primeiro momento vai receber essas pessoas, também participaram da negociação.
O acerto ainda prevê que integrantes de entidades como Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras e Organização das Nações Unidas (ONU) deixem Gaza e passem, nesta quarta-feira, para o lado egípcio da fronteira. O mesmo vale para palestinos gravemente feridos. São 90 pessoas nessas condições.
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O grupo com cerca de 450 estrangeiros liberados para deixar a Faixa de Gaza é composto de pessoas de oito nacionalidades. Poderão sair do território comandado pelo Hamas civis dos seguintes países: Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Japão, Jordânia e República Tcheca.
E os brasileiros da Faixa de Gaza?
Neste primeiro momento, o acordo não prevê a liberação dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza. A diplomacia do país não conseguiu negociar a ida de brasileiros para o Egito.
“Pela primeira vez estrangeiros são autorizados a sair da Faixa de Gaza”, disse ao site g1 o embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia. “Acredito que em breve novas listas serão publicadas, e espero que nossos brasileiros estejam nelas.”
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, há 24 brasileiros na Faixa de Gaza, além de dez palestinos que estão em processo de imigração para o país.
A não liberação para brasileiros cruzarem a fronteira da Faixa de Gaza com o Egito é mais um ponto baixo da diplomacia brasileira no cenário internacional. O país presidiu o Conselho de Segurança da ONU no decorrer de outubro. No entanto, sem classificar o Hamas como grupo terrorista e sem validar o direito de Israel de se defender de ataques a civis, o Brasil não conseguiu aprovar nenhuma resolução sobre a guerra que ocorre no Oriente Médio.
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