Um novo estudo realizado pela Universidade Oxford, no Reino Unido, investiga se o DNA de morcegos pode ajudar no combate ao câncer. O texto científico, publicado na quarta-feira 20, demonstra que algumas espécies demonstraram 50 tipos únicos de genes que os tornam imunes a tumores.
Os dados constam na revista Genome Biology and Evolution, da Oxford University Press. O artigo, sugere que, entre vários fatores, a rápida evolução dos morcegos em sua história pode ter sido a responsável para que essas características genéticas se formassem.
Pesquisadores desenvolvem meios para estudar o “milagre” do sistema imunológico de morcegos. Segundo o estudo, os resultados podem ajudar na produção de medicações para prevenir e tratar pessoas com câncer.
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Morcegos são analisados por cientistas há anos devido à habilidade única de viver normalmente, mesmo portando vírus que deixariam a maioria dos mamíferos doentes ou mortos — inclusive seres humanos.
Primeiramente, pesquisadores coletaram amostras de DNA de morcegos com a ajuda do Museu Americano de História Natural, em Belize. Os genomas de duas espécies passaram por sequenciamento.
Depois das análises, os pesquisadores encontraram adaptações genéticas dos morcegos em seis proteínas relacionadas ao reparo de DNA. Outras 46 proteínas ligadas ao desenvolvimento de câncer também foram encontradas.
Conclusão do estudo sobre a relação de morcegos e combate ao câncer
Ao comparar com os genes específicos de outros mamíferos, os cientistas da Universidade Oxford concluíram que os morcegos têm o dobro de proteínas nos genes relacionados a proteção de tumores.
“Continuamos a encontrar novas e extraordinárias adaptações em genes antivirais e anticâncer”, escreve o principal autor do artigo, Armin Scheben, em comunicado. “Essas investigações são o primeiro passo para traduzir a pesquisa sobre a biologia exclusiva dos morcegos em percepções relevantes para a compreensão e o tratamento do envelhecimento e de doenças, como o câncer, em seres humanos.”
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